Sep 20, 2007

Cross the line

Todos temos amigos e amigas que por razões amorosas passam a fronteira do razoável e perdem a sanidade. E como se diz a alguém, claramente perturbado e sem réstia de racionalidade, que passou essa fronteira? Pois, não se consegue dizer, apenas se pode ajudar a minimizar os estragos!

Por isso, já fui de emergência ao aeroporto buscar por uma orelha uma amiga desnorteada que, tal qual David Attenborough, esperava camuflada entre umas plantas falsas que o respectivo-futuro-ex chegasse para ver se ele vinha com outra (sim, imaginem, escondida atrás de uma planta de 1,20m com duas folhecas, só faltava estar a fazer ruídos da selva para o disfarce ser perfeito)…e noutra vez, chegou outra amiga a minha casa, a fazer tempo antes de o encontro com o ex-talvez-respectivo-outra-vez, pintada como um palhacinho, dois círculos cor-de-rosa vivo nas bochechas, sombra azul, batom encarnado, devido a um xanax que lhe toldou a visão, a quem tive de retocar a maquilhagem como quem não quer a coisa (se ela aparecesse assim poder-se-ia ver o fumo a sair dos pezinhos dele tal seria a corrida da fuga).

Se eu for a pensar, também me recordo de duas ou três feitas por mim, mas não revelo aqui os meus próprios momentos de insanidade aguda. Avanço só com dois disparatados de um passado longínquo: uma vez vitimei uma amiga para tirar as matriculas todas dos carros de uma rua para fazer um cruzamento de dados que, só alguém com a mente em loop, podia achar possível e, noutra altura, convenci-me que tinha um microfone no carro mas, apesar de ter feito buscas exaustivas, não o consegui encontrar; ainda assim, continuei convicta da sua existência e obrigava toda a gente que entrava a dizer olá e o nome para o ar porque estava sob escuta! (Cada um passa a fronteira à sua maneira…)

Agora adoptei um método preventivo de ajuda aos amigos que vejo que estão prestes a pisar a linha - digo que, antes de fazerem asneira da grossa, se quiserem, para me ligarem e conversarem. Mas, quando sou levantada da cama com uma chamada que se torna inevitavelmente longa, questiono-me sobre a inteligência da ideia de me oferecer como bombeira de serviço…

6 comments:

pp said...
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pp said...

bee,
fizeste lembrar de algumas parvoices que tambem fiz em tempos. :)))...e concluo com um "Como é que é possivel isto ter acontecido...", mas depois tambem penso, ainda bem que aconteceu, senão que pessoa seria eu agora?
Acho que todos nós temos a nossa quota de coisas desse genero que fizemos, algures num momento mais fragil na nossa vida, no entanto acho que cada um tem o seu "timming", para "cair na real"
Eu, ao inicio quando alguem vinha com esse tipo de dilemas dizia o que pensava e normalmente dava por mim a tentar psicanalisar essa pessoa :)))))). Hoje em dia, acho que o importante é mesmo saber ouvir, porque por mais que digamos alguma coisa, na grande maioria dos casos, essa pessoa vai sempre fazer o que pensa...às vezes é inevitavel bater com a cabeça para aprender. E por mais que nos custe ver um grande amigo(a) fazer a maior asneira da vida, pode ser necessário passar por isso...há pessoas que aprendem e evoluem, há outras que não. Na minha opinião é ai que reside a diferença.

Anonymous said...

Here here!!! ou clap clap, como preferirem...
«há pessoas que aprendem e evoluem, há outras que não.»

Anonymous said...

Realmente que comentário estupido...ganda cromo

Bee said...

Respondendo a todos de uma vez, não é uma questão de evolução. Em princípio (e digo em princípio porque nem sempre é assim) os disparates que fizemos não voltamos a fazer, mas há uns 456.865 outros novos que ainda não fizemos... and that is the way human nature is.

Bee

pp said...

Eu quando falava em aprender ou evoluir, era no sentido de passar à frente, de ultrapassar, porque como tu dizes, nem sempre não se cometem os mesmos erros....e é assim passamos a vida a fazer asneiras, uns cometem mais as mesmas asneiras que outros, outros nem por isso :), fazem outras diferentes...é como tu dizes....that's life
Beijinhos