May 31, 2007

The End

Só para informar que acabou a saga dos posts atrás de posts sobre as minhas obras. Dei o grito do ipiranga e corri tudo e todos (incluíndo o Sr. Pinto) lá de casa. Sem dó nem piedade. E não paguei a última factura em sinal de protesto, até estar mais bem disposta. Finalmente mudei-me e, espero, não voltar a escrever sobre o tema "obras" nos próximos an0s.

P.s. E hoje, não há nada nem ninguém que consiga tirar-me o sorriso e o ar de contentamento da cara!

May 30, 2007

Onde está o bom tempo?

O tempo anda maluco. A primavera nem vê-la. A praia então, nem falar. Só tenho a dizer que acho mal. É que Junho já está a chegar e eu queria fazer uma pontezita nos feriados. E como sou esquisita, preferia apanhar solzinho numa praia qualquer a ficar em casa a ver chover...

May 28, 2007

O Sr. Pinto e o mural

O Sr. Pinto faz parte da mobília da minha casa nova. Para quem não sabe, o Sr. Pinto é o pintor residente em minha casa. Digo residente porque os meses passam, equipas de operários sucederam-se mas o Sr. Pinto mantém-se estoicamente por lá. Se me perguntarem o que é que ele anda a fazer, não vos sei dizer. A casa já está toda pintada (e não lá muito bem, por sinal), não vejo nada que justifique que ele por lá continue. Mas o certo é que continua. De pincelinho na mão, uma latinha pequenina de tinta branca na outra (segundo ele diz, casca de ovo, o que me preocupa dado a minha casa estar pintada de branco branco, mas eu não contrario o Sr. Pinto) e deambula pela casa, pára em contemplação à frente de uma parede e de repente dá uma pincelada. E é assim há semanas. Há uns fins-de-semana atrás (sim, também lá está ao fim-de-semana) ensinou-me técnicas de pincelar pequenos toques na parede muito interessantes e de misturar de cores. Eu não me mostrei muito interessada, mas ele achou que era importante e insistiu e eu ouvi paciente como uma boa aluna. Depois a seguir dissertou meia hora sobre o pai dele, que está muito doente num Hospital na Guarda. É que depois de dois enfartes e uma doença gravíssima que não me recordo, o pai do Sr. Pinto teve agora um avc. O Sr. Pinto chorava nesta fase da conversa e eu quase que o acompanhei no choro - não que seja insensível, coitado do pai do Sr. Pinto, mas confesso que era de desespero.

Como diz o ditado, se não os podes vencer, junta-te a eles. Já me habituei à presença do Sr. Pinto e agimos quase como se fossemos familiares - eu entro em casa e grunho-lhe qualquer coisa e ele às vezes grunhe-me de volta. Às vezes o Sr. Pinto fala comigo e eu não lhe respondo e ele não se importa. Por isso decidi mudar-me para a minha casa nova com o Sr. Pinto por lá, já não faz diferença. Afinal, aquela história da Murphy Brown, que vivia com o pintor (Eldin) sempre em casa dela a fazer murais, baseou-se de certeza numa história real - a da "never-finished house painter" – e viria a ser a minha!

May 25, 2007

Expectativa

O meu empreiteiro disse-me que acaba as obras em minha casa hoje. Liguei-lhe incessantemente todo o dia e ele continuou a dizer que acaba a casa hoje. São 5 da tarde e ele continua a dizer que acaba a casa hoje. Enfim. A ver vamos!

May 22, 2007

Regresso

Pois é. Regressada a casa (à velha, entenda-se!) vinda de férias , posso agora dedicar-me a agradáveis serões sem televisão. E sem livros. E sem frigorifico. E sem roupa. Sim, é verdade, achei que ia mudar-me já para a casa nova e fiz as mudanças de tudo. TUDO. Agora digam-me, como é que alguém vive numa casa quanto está tudo noutro lado??? humpfff.

p.s. Resta-me apenas na casa velha o computador e a ligação à internet que, num momento de iluminação, tive a brilhanteza de não transferir para a casa nova!

May 17, 2007

Surpreendentemente...

...a minha casa nova não ficou pronta na data prevista. Parece que faltam só 356 pormenores de última hora que vão levar apenas mais meia-dúzia de dias...

Velharias do baú

Quando comecei a fazer caixotes e caixotes para as minhas mudanças, uma questão assaltou-me de imediato - porque raio é que eu guardo roupas de 1989 ? Para que é que eu quero saias de tafetá em balão, conjuntos saia-casaco em que a saia é mini e justinha e a gola do blazer tem flores bordadas (sim, flores!) e sandálias plataforma que vieram de Itália em 92 e são impossíveis de usar mais alguma vez na vida??? Resolvi fazer uma triagem de tudo e ao fim de alguns dias sem me conseguir desfazer de nada, acabei por encaixotar quase tudo acompanhada do pensamento que no destino irei fazer aquela escolha que não consegui aqui...
Ou seja, mais um armário que vai ficar a abarrotar pelas costuras com coisas que não lembram nem ao menino Jesus. Será que todas as mulheres são assim?

May 9, 2007

Decisão

Para uma amiga com quem ontem falei longas horas sobre a importância de tomar decisões na vida (ou mais uma das minhas conhecidas dissertações às massas), citando alguém já muito citado por outros mas sempre muito bonito de ler:

"Ainda pior que a convicção do não,
É a incerteza do talvez,
É a desilusão de um quase!
É o quase que me incomoda,
que me entristece,
que me mata trazendo tudo que poderia ter sido, e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga,
Quem quase passou ainda estuda,
Quem quase amou, não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos,
nas chances que se perderam por medo,
nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.
Pergunto-me, às vezes,
o que nos leva a escolher uma vida morna.
A resposta eu sei de cor,
Está estampada na distância e na frieza dos sorrisos,
Na frouxidão dos abraços,
Na indiferença dos 'bom-dia', quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima,
O amor enlouquece,
O desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos
Para decidir entre a alegria e a dor.
Mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo,
O mar não teria ondas,
Os dias seriam nublados,
O arco-íris em tom cinza.
O nada não ilumina,
Não inspira,
Não aflige e nem acalma,
Apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória,
É desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão,
Para os fracassos, chance,
Para os amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio,
Ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor, não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque,
Que a rotina acomode,
Que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você...
Gaste mais horas realizando que sonhando...
Fazendo que planejando...
Vivendo que esperando...
Porque,
Embora quem quase morre esteja vivo,
Quem quase vive, já morreu…”

(Luís Fernando Veríssimo)


Se quiseres, o meu telemóvel está sempre ligado.

May 8, 2007

Todos os caminhos vão dar a minha casa

Como se explica via telemóvel a uns senhores que vêm de Paços de Ferreira (essa célebre capital do móvel) fazer uma entrega e que andam perdidos na Alta de Lisboa não sei porque raio, onde fica a nossa casa no centro da cidade quando a única localização que lhes diz qualquer coisa é a Praça de Espanha? E que à pergunta onde estão, dizem com um ar satisfeito “Ó doutoura, nós estamos aqui ao pé do millennium!”… ah… pois é. É difícil, difícil. Ainda pensei ir buscá-los a uma das 3923 agências do millenniumbcp de Lisboa, mas depois resolvi testar os meus dotes explicativos. Após muito e gritos do género “Está a ver uma estátua, numa rotunda? Com um leão? Boa!” e “NÃO! Não entre no túnel, vá por cima. POR CIMA!!!”, lá conseguiram chegar a minha casa, uma hora e meia depois de combinado…uff. A malta do Norte tarda e pode perder-se pelo caminho, mas não falha. Só falhou no colchão mesmo, que veio com as dimensões erradas!

May 7, 2007

Graus de Amizade

Aqui há uns tempos discutia com uma amiga o que era amizade e quando se podia considerar alguém como sendo nosso amigo mesmo. Citei o Jay Leno, entertainer cujo humor adoro, o qual disse a propósito deste tema que quando se telefona a alguém a pedir para nos levar ao aeroporto e esse alguém for, essa pessoa é verdadeiramente nossa amiga. As que não forem, não são más pessoas por isso, simplesmente são nossas conhecidas. A minha amiga discordou, dizendo que conhece muitas pessoas que a levariam ao aeroporto mas que em situações sérias, não sabem (ou querem) estar lá. Após alguma meditação sobre o tema, dou-lhe razão. Em momentos que precisei mesmo, nem todos os amigos tiveram, pelos mais variados motivos, pachorra para lá estar.

Por isso, larguei a ideia do aeroporto e lanço uma nova ligada ao telefone: amigos, amigos mesmo à seria, são aqueles a quem podemos telefonar às 4 da manhã e nos atendem o telefone sem nos insultarem!

P.S. Não precisam de ficar nervosos a pensar se devem começar a tirar o som ao telelé durante a noite. Emergências não ocorrem todos os dias e a família é, quase sempre, a primeira visada!

May 3, 2007

Desespero é...

…quando se está na fase final das obras e em vez de olharmos para as coisas com olhos de ver, dizermos perante uma porta que está toda torta ou perante uma parede pouco direita: “Espectacular! Quando é que acaba? Posso mudar-me para a semana, posso?” - cheguei à conclusão que a paciência não é uma das minhas virtudes e que o meu sentido critico é inversamente proporcional ao tempo que passa.