Jul 31, 2007

O problema das plantas

Adoro plantas e flores e por isso, alem de duas jarras de flores que tenho sempre em casa, gosto de ter uma plantinha ou duas. O problema é que as plantinhas, sejam elas quais forem, não duram nada, estou mesmo convencida que as lojas de flores (e não só, o IKEA faz parte desse complot, se não for o pior deles todos) vendem intencionalmente plantas que têm os dias contados, para nos fazerem voltar lá passado pouco tempo e gastar mais dinheiro em plantas.

Por isso, depois de vários enterros de plantas que passaram por aqui (a última das quais um vaso de manjericão para os meus ataques culinários que durou duas semanas antes de ficar castanho e seco) decidi que o ideal era comprar cactos, estão à venda de todas as formas e feitios e fazem perfeitamente as vezes de uma orquídea (da qual desisti ao fim da 4ª tentativa). Os cactos são resistentes à falta de água misteriosamente frequente nas plantas da minha casa, ainda que a falta de água dure três a quatro semanas e são bastante resistentes a acidentes domésticos (que às vezes acontecem!).

Hoje, no entanto, consegui estabelecer um novo recorde: o meu cacto novo, quando eu limpava a mesa de jantar, suicidou-se atirando-se da mesa a baixo e por isso esteve quase 48 horas vivo...

É uma pena eu não gostar de plantas artificiais!

Jul 29, 2007

O calor e as resoluções

Gosto muito do Verão, do bafo quente da brisa, do cheiro a quente logo pela manhã, das sandálias e, acima de tudo, dos banhos no mar. O Verão cura tudo, o cansaço do stress no trabalho, o ar macilento do inverno, a tristeza, a ansiedade, os macaquinhos do sotão. Fica tudo soterrado nas areias da praia e por isso é que o verão é uma boa altura para inspirar fundo, enchermo-nos de coragem e ir em frente com as decisões, sejam elas sérias ou de caca.

Há quem tome resoluções no fim do ano, para o novo ano que começa. As minhas são sempre tomadas antes do Verão, tudo vai mudar sempre a seguir às férias. As do ano passado foram sérias, mas as pós-verão para este ano são bem mais light (lucky me):

1) ir mergulhar todos os meses, incluindo inverno (sou uma mulher ou sou um rato? O verdadeiro amante de uma modalidade não se deixa intimidar pelo frio!);
2) começar a fazer ginástica regularmente (uma ida ao ginásio por mês não conta);
3) reduzir os cigarros diários (se já deixei de fumar duas vezes, devia ser capaz de reduzir, afinal quem pode o mais pode o menos!);
4) ser mais regrada nos horários de trabalho e não sair do escritório depois das 19h30 (esta vai ser bonita de pôr em prática...);
5) começar a poupar dinheiro todos os meses em vez de o espatifar em jantaradas, viagens e trapitos (reparem que não é poupar, é começar a poupar, o meio caminho já não é mau);
6) ir a um destino tropical este inverno (sim, eu sei, contraria a resolução anterior, mas a minha empresa vai dar-me umas acções em Novembro e por isso tecnicamente não é bem gastar, é como se a oferta das acções fosse no fundo a oferta da viagem, estão a ver a lógica?);
7) acabar de decorar a casa antes do Natal (esta contraria a 5) também...isto do conflito de resoluções é difícil de gerir...);
8) não fugir a sete pés de uma eventual relação (ainda que provavelmente se possa tornar numa "ralação". Ora pois, esta também vai ser bonita!).

Não, não estou em fase psico-intrinseca-depré-filosófica. Mas neste dia tão quentinho - também já fazia falta os dias quentes de Julho em que ficamos de língua de fora - o sol bateu a tarde toda nas janelas da minha casa e o resultado é que é meia-noite e a casa encontra-se a uma temperatura amena, entre os 39º e os 42º... o meu cérebro deve ter amolecido com o calor e deu-me para fazer listas de resoluções, podia ser pior.

P.S. Como não posso deixar que o meu tico e o meu teco entrem em overheat porque ainda são precisos, estou a pensar ir dormir para o sitio mais fresquinho que tenho: a banheira!

Jul 27, 2007

Olá Harry!

De acordo com a volatilidade que me é característica, hoje estou muito contente com uma pequena coisa: comprei o último volume do Harry Potter!

Ah pois é, por esta não esperavam. Mas eu digo sem problemas: sou uma fiel seguidora das aventuras do Harry Potter. Nos últimos anos, espero ansiosamente pelo momento antes das minhas férias em que a J.K. Rowling publica o novo livro, assim que está à venda compro-o e tento aguentar-me ao máximo para não o ler antes de estar instalada numa espreguiçadeira, ou numa varanda, ou na praia, ou na cama, ou em qualquer sítio onde me encontre de férias. Depois, em dois dias tenho o prazer de devorar uma aventura para crianças que os adultos também gostam. Ou se calhar já não tanto assim para crianças, porque o último livro fez-me chorar no final...

Cada um tem o seu momento Peter Pan. O meu é gostar de Harry Potter.

Jul 26, 2007

Grande Irritação

Tenho uma mesa de jantar para seis pessoas que comprei 1999. Na altura comprei, num impulso da juventude e de inexperiência, uma mesa de jantar sem cadeiras. Depois, claro está, passei oito anos à procura de umas cadeiras que ligassem com a porcaria da mesa. E nada, zero. Oito anos.

Quando estava quase a desistir e me preparava para comprar uma mesa nova (já com cadeiras, claro está, não volto a cair no mesmo erro), um belo dia a passear pela Habitat (perdão, pela Área, não me habituei ainda ao novo nome) vejo umas cadeiras que pareciam feitas a pensar na mesa. Isto foi à três semanas. Comprei logo duas. Trouxe-as para casa. Ficavam bem. Dei pulos de alegria pela busca do Santo Graal ter acabado.

Voltei a semana seguinte e comprei mais duas (as cadeiras pesam como o raio e o meu prédio não tem elevador...). Voltei lá hoje para comprar as duas que faltam. Não havia. Chamei o vendedor, consulta ao stock, nada. Colombo, nada, Cascais, nada. E por aí fora. Faço a encomenda das cadeiras e o sistema não aceita. Parece que as minhas cadeiras foram descontinuadas, numa loja onde as peças duram ao longo de várias colecções...

Só tenho a dizer que $%&*#£§§{#&!!!! Não falem comigo nas próximas 24 horas, por favor.

Jul 24, 2007

Os princípios!

Principio: sou contra ter televisão no quarto. Quando se tem, deixa de se ler à noite na cama e passa a fazer-se um zapping em frenesim todos os dias, estupidifica-se à frente da televisão e adormece-se de comando na mão, com o polegar acordado sempre a mexer. Por isso, na minha casa nova só há TV na sala e para evitar tentações nem mandei instalar TV Cabo no quarto. Os princípios são para se seguirem!

Resultado prático: de volta e meia, adormeço no sofá da sala toda torta, de comando na mão, acordo a meio da noite a babar o lindo sofá novo, sem saber bem quem sou ou onde estou e cheia de dores de pescoço por causa da posição estapafúrdia em que adormeci. Noutro dia, adormeci mesmo de fato completo e, quando acordei às 5 e tal da manhã, podem imaginar a minha estranheza, a pensar “Mas porque que raio é que já estou de fato vestido? Já são horas? Vim almoçar a casa?”

Conclusão: Sermos fiéis aos nossos princípios nem sempre é fácil. Mas não, não vou instalar televisão no quarto. Parte deste problema resolver-se-há se eu passar a ver televisão à noite de camisa de dormir e com um livro na mão em vez do comando…

Jul 19, 2007

Dúvida pertinente

Em conversa com uma amiga após um bom jantar e muita gargalhada, surgiu-nos uma dúvida: há dez, quinze anos atrás havia grupos enormes de rapazes e raparigas. Bastante equilibrados em proporção até. Eramos muitos, bastava ir ao café do costume ou sair para aquele sitio e lá se viam dezenas de caras conhecidas, deles e delas.

Os anos passaram, uns casaram, outros não, uns acalmaram, outros continuam com a vidinha igual à que tinham. Mas agora, quando se vai à praia, a um café, a um restaurante ou a um sítio qualquer à noite, vêem-se apenas hordas e hordas de mulheres sozinhas e meia dúzia de gatos pingados representantes do sexo oposto. Tendo em conta que estamos bem longe do triângulo das Bermudas e que não tivemos nenhuma guerra ou pandemia em Portugal que tenha dizimado grande parte da população masculina nestes últimos quinze anos, onde andam os representantes do sexo masculino desta geração? Após alguma meditação, concluí que há quatro grandes possibilidades para explicar este fenómeno:
  1. Estão em casa, a ver televisão, a beber uma cervejola e a mandar vir a telepizza, dia após dia, afinal que mais pode um homem desejar!
  2. Mudaram-se para vilas do interior/litoral e vivem em isolamento, fartos do cacarejar e problemas que as mulheres lhes causaram. Provavelmente dedicam-se a uma actividade desportiva saudável que os preenche e não necessitam de muito mais.
  3. Fizeram a sua mala de cartão e emigraram para França. Trabalham numa obra noite e dia, ainda não falam uma palavra de francês mas dizem aos amigos quando vêm de visita à terra que têm um travail espectacular e uma namorada que é manequim da Vogue.
  4. Ficaram barrigudos e carecas e, para compensar a falta de cabelo, deixaram crescer um lindo bigode à policia sinaleiro. Mas quando se olham ao espelho, ainda não estão confiantes com a nova imagem e por isso têm vergonha de sair à rua...
Não sei porquê, mas tendo em conta a carga genética que temos, estou mais inclinada para a possibilidade 4. O que vos parece?

Jul 17, 2007

Lógica do limão

Esta semana recebi por email um pensamento muito interessante que não resisto a partilhar convosco:

"Se não encontras a tua metade da laranja, não desanimes. Procura a metade do limão, põe-lhe açucar, aguardente e gelo e sê feliz!"

Jul 13, 2007

Mais uma 6ª feira produtiva

Os Portugueses estão sempre na vanguarda do trabalho com rendimento. Fui à sala de fumo da minha empresa - uma multinacional smoke free que me obriga a deslocar 6 pisos para ir fumar o meu cigarro do meio da manhã - e em vez dos 3 gatos pingados do costume, estavam lá cerca de 40 pessoas na palheta bem disposta (a praia, as férias que estão à porta, etc) e a fingir que fumavam!

Onde já se viu? Só o Tuga é que se lembra de fingir que fuma para se poder deslocar à sala de fumo e ficar por lá 20 minutos à conversa enquanto leva com o fumo dos outros...

P.S. Pronto, eu confesso. Aproveitei e para além do tempo necessário para fumar, fiquei por lá um bocado à conversa também. Mas o tema era super interessante...(qual é que era mesmo?)

Jul 10, 2007

Dieta Revolucionária

Em cima da hora como de costume (porque as minhas férias não estão assim tão longe) no Domingo decidi que começava na Segunda-feira uma dieta para perder "aqueles" dois quilinhos.

Correu lindamente o primeiro dia como podem ver:

- papa Nestum com mel ao pequeno-almoço (nunca tomo ao pequeno-almoço mais do que um café com leite...);
- bifinhos com natas e arroz (muito) ao almoço, regado com uma coca-cola (para empurrar);
- corneto de morango a meio da tarde (nunca lancho);
- hamburgers (sim, plural) fritos com arroz e batata frita (aquilo que não se deve misturar), regados a sumos de fruta (para empurrar) ao jantar;
- um pacote de batatas fritas artesanais enquanto via um dvd (dos grandes, claro);
- mais umas tostas com queijo para ruminar durante a série da tv que vi a seguir;
- um chocolate milka antes de dormir (estava com fraqueza e, surpreendemente, ligeiramente indisposta).

Às vezes, só o pensar em fazer dieta faz-me engordar!

Jul 9, 2007

A lógica das crianças

Aqui há uns dias passeava com uma amiga numa grande superfície e após muita brincadeira com os seus dois filhos - gosto sempre de me portar como se tivesse a idade deles, até corridas pelo centro comercial a gritar como os indíos fiz - diz-me o mais velho (tem 4 anos e acha que esta tia que rebola no chão com ele é muito engraçada mas estranha):

- Onde estão os teus filhos?
- Não tenho filhos.
- Ah...porquê?
- Olha, porque não!
- (a resposta não o satisfez): Mas porquê?
- Bem...(5 segundos a pensar como lhe responder de forma a que para ele fosse lógico)...olha, porque não tenho marido!
- Não tens?
- Não.
- Porquê?
- (agora já no registo de resposta à adulto para despachar) :Porque não sou casada.
- Ah...pois. E é dificil encontrar um marido bonito, não é?
- É sim, tens toda a razão!

Eu e a respectiva mãe desatámos a rir à gargalhada com a visão aos 4 anos da simplicidade do amor, demos-lhe beijinhos e fomos gastar dinheiro para os saldos.

Jul 5, 2007

O Martelo, o Berbequim e Eu

Tenho de fazer uma confissão: uma das grandes desvantagens de se ser mulher e viver sozinha é o problema da bricolage (isto partindo do pressuposto que não fizeram o disparate de arranjar um respectivo que não sabe manusear um martelo!!!).

Em primeiro lugar, porque a probabilidade de não haver uma caixa de ferramentas em casa da mulher solteira é grande - dois parafusos e umas ilhoses que sobraram, não se sabe bem porquê, de uns móveis do ikea não contam! Depois, porque mesmo que se peça uma caixa de ferramentas emprestada, qual é a mulher que sabe trabalhar com o berbequim, pôr buchas (parece que às vezes é preciso...) ou pregar um prego para um quadro sem abrir uma cratera na parede???

Isto da emancipação da mulher tem os seus revezes...e eu tenho uma parede na casa antiga com 12 crateras que o comprova e que me fez aprender a lição. Assim, emancipada mas com conhecimento das minhas (in)capacidades, só me resta dizer: muito obrigada paizinho pela ajuda que me deu!

Jul 2, 2007

Uma aventura na praia

No domingo uma grande amiga minha convenceu-me a ir à praia mas, para fugir ao trânsito domingueiro, quis ir para uma praia da linha. Refilei mas após alguma insistência, a preguiça venceu e lá fui eu rumo à praia de Paço de Arcos.

Não queria acreditar no que estava a ver. Por muito que se pense que vai ser um desfile dos tugas no seu melhor, nada me tinha preparado para o que eu ia assistir.

Vejamos: senhora de idade de soutien e cuecas a menos de 1 metro da minha toalha: check. Familia inteira com várias lancheiras com capacidade para alimentar uma pequena aldeia, a comerem algo leve e fácil de levar para a praia tipo arroz de langueirão: check. Grupo de ciganos com ar perigoso e com 50 super bocks vazias ao lado: check. Tenda da camping gaz que leva duas horas a montar num dia de sol de esturreira pelo que ninguém deve conseguir estar lá dentro: check. Crianças aos gritos que são espancadas pela mãezinha de 200 quilos farta de as ouvir: check. Surreal.

O curioso é que a populaça que ocupava a praia olhava para nós como se fossemos aves raras... o que prova que tudo é relativo!!!