Jan 21, 2007

Ele há coisas...

Hoje aconteceu-me algo muito estranho: depois de anos e anos de orgulho de não ter nenhum, de não precisar de nenhum, de nunca usar nem querer saber o que isso é, aos 31 anos enchi-me de coragem e fui comprar um secador de cabelo. O meu primeiro secador de cabelo! Será que isto significa algo profundo? Estarei a perder a identidade? Se calhar estou, mas o meu novo eu está muito contente com o Turbodryer 3923!

P.S. Não comentem se eu aparecer com penteados estapafurdios nos próximos tempos, se calhar vou demorar algum tempo a dominar a arte do brushing...

Jan 16, 2007

Sveva Modignani

Há alturas em que fico irritada com as grandes livrarias da nossa praça. As Bertrand, Bulhosa, Barata e Fnac põem, em grande destaque nas suas lojas, os livros que as grandes editoras decidiram promover, mas aquilo que publicitam é que se trata do top de vendas ou da sua sugestão de leitura para que os mais distraídos ou leitores menos assíduos caiam na esparrela.

Mas infelizmente as vítimas deste engodo não são os compradores destes destaques, são aqueles que, como eu, têm fama de adorarem ler e, por altura dos anos e do Natal, são sempre presenteados com todos os novos lançamentos da Sveva Modignani, do Nicholas Sparks e de outros autores de literatura congénere que se encontram no top...

O que raio faço aos 5 romances desta senhora que me foram oferecidos? Ainda bem que não há mais livros desta traduzidos para português, ou eu em vez de 5 teria 23...

Só me resta pô-los nas minhas estantes meio refundidos, com a esperança que quem venha cá a casa não olhe para eles e pense, depois de terem passado os olhos pelos 2 romances do Nicholas Sparks que me ofereceram, que o meu género literário é o romance de cordel...

Jan 11, 2007

Mau feitio ou Exigente?

Já muitas vezes me disseram que eu tenho mau feitio, refilo muito e que sou torta. Se metade das vezes posso concordar com esses comentários, nomeadamente no campo pessoal, no que toca todo o resto, não concordo!

Refilo muito, é verdade, mas a grande maioria das vezes que refilo tenho razão. Se vou jantar a um restaurante, peço um bife mal passado e o bife vem bem passado, vou ficar calada na mesa a comer uma carne esturricada, só para não ver as trombas que o empregado do restaurante vai fazer quando mandar o bife para trás? Se vou a uma conservatória, a uma repartição de finanças ou outro local do género, estão lá 50 pessoas à espera de ser atendidas e, 1 hora e tal depois, a funcionária que está a atender decide pôr-se ao telefone com uma amiga, a falar sobre o que o José António lhe disse ou deixou de dizer, eu não digo nada porquê? Para não lhe incomodar o momento de lazer que ela está a ter em pleno dia de trabalho?

A maioria das pessoas não diz nada, porque não está para se chatear ou para ter uma discussão, porque não tem paciência para isso e sabe que a reacção do(a) funcionário(a) é sempre muito boa: “A senhora desculpe mas eu ouvi-a, com estes ouvidinhos que um dia a terra há-de comer, a pedir o bife bem passado“ ou então, enquanto olha para a sola de sapato que está no seu prato “mas está mal passado, ainda queria menos??”.

Aqui sim, se após reclamar a reacção do outro lado é deste género, entra a parte do mau feitio da minha personalidade – é que eu não tenho problema nenhum de, educadamente (e às vezes não tão educada assim…) armar um barraco no estabelecimento em causa!

Chamadas de gerentes é mato (do XL ao McDonalds…hehehe), livro de reclamações também, cartas de protesto formal para os donos dos estabelecimentos e outras medidas adequadas em função do mau serviço prestado. Pode parecer excessivo, mas não é. Sou é exigente – se estou a pagar a alguém, ou se esse alguém é pago por outrem, para prestar um serviço, não o deveria fazer com qualidade, como deve de ser?

O problema é que a maioria da malta reclama muito nas costas, diz mal de tudo mas, quando está frente a frente intimida-se e esquece todas as reclamações que tem para fazer, come um pexum com 5 dias no restaurante japonês n.º 39 que abriu em Lisboa e, quando o chef lhe pergunta se estava tudo bom, com um sorriso amarelo na cara vai dizer que nunca comeu melhor peixe em toda a sua vidinha! …

Jan 4, 2007

A raça dos empreiteiros...

Após as festividades do Natal e do Ano Novo, voltei à carga, ou devia antes dizer à saga, das obras da minha casa.

Quando pedi orçamentos para obras a 6 empreiteiros, com caderno de encargos discriminado e tudo, um mês depois quantos é que me tinham entregue o seu orçamento? Pois, é difícil de acertar: nenhum! Tive de andar literalmente a persegui-los, choramingar, implorar, pedir o grande favor para me entregarem os orçamentos e, mesmo assim, só o consegui de 5 (os quais iam dos 14.500 aos 39.800 euros para a mesmíssima obra) e houve um sexto que tenho a certeza que memorizou o meu número no telemóvel e nunca atendeu as chamadas! Quase fiquei na dúvida se eu ia mesmo pagar-lhes pelo trabalho ou se me iam dar uma borla e eu não sabia, tendo em conta a boa vontade dos senhores...

Houve um dos empreiteiros que me deu o orçamento pelo telefone (o dos 14.500 euros, óbvio) e quando lhe perguntei o prazo da obra, respondeu-me "Ó minha senhora, eu cá não gosto de dar prazos, isto é assim, eu vou para lá, vou fazendo a obra, com o meu tempo e, quando acabar, acabei." tive que conter uma gargalhada ao imaginar a cena horrífica do empreiteirozinho, sozinho no meio dos escombros da minha casa com um pincelinho na mão, eu ao lado dele de pincelinho também para ver se a coisa ia mais depressa porque gostava de lá estar antes do final de 2007!

Chegada à fase da decisão, usei um critério de escolha muito útil na república portuguesa chamado "qual deles é o menos mau". Adjudiquei a obra e agora cheguei a uma fase muito mais divertida, denominada "como azucrinar um empreiteiro" - é que o senhor escolhido não sabe ainda mas, do lado de cá, tem uma advogada e das chatas que está neste momento a desmontar o orçamento rubrica por rubrica e a elaborar um contratozito com cláusulas especiais feitas com muito carinho!

Jan 2, 2007

Superstições do fim-do-ano

Estava eu às 23h58 de dia 31 de Dezembro em cima de uma cadeira, sobre o pé direito, com doze passas numa mão (que por sinal detesto...) e uma nota de 20 euros na outra que estava a agarrar o copo, para tentar engolir doze passas ao mesmo tempo e a fazer uma lista dos 12 desejos que ia pedir com as dozes badaladas, sem esquecer o pormenor de às 00h00 saltar da cadeira e aterrar no chão sem partir uma perna, quando dei por mim a olhar para a figura dos outros e a pensar "mas por que raio é que eu faço estas figuras??"

Claro está que a meia-noite chegou, engoli as doze passas a custo e por pouco não ia a nota dos vinte euros também, consegui pedir o mesmo desejo três vezes e esqueci-me dos outros 11, saltei da cadeira com dificuldade para não acertar em cima da grávida de 6 meses que estava ao meu lado e pronto. O novo ano chegou, cumpri as superstições existentes - que eu conheça, por favor se sabem mais não me digam, sob pena do ritual da passagem de ano se tornar impossível de cumprir! - Mas sinceramente nem sei porque é que as continuo a fazer.

Não sou uma pessoa supersticiosa, embora confesse que tenho uma pedra com íman atrás da porta da rua que veio da Turquia e que supostamente afasta o mau-olhado. Mas à parte desta pequena fraqueza e deslize no mundo do oculto e das superstições, não evito passar por baixo de uma escada, nem tenho um badagaio se um gato preto passar à minha frente, muito menos tenho algum problema de passar o sal na mesa sem o pousar primeiro.

Então porque o faço? Acho que como se tratam de superstições que podem influenciar um ano inteiro - pior só mesmo partir um espelho que dá direito a uma praga de 7 anos - ter 365 dias que podem correr mal porque não fizemos todos os passos necessários soa no mínimo a um filme de terror. Não acredito, mas todo o santo aninho lá estou eu feita parva em cima de uma cadeira!

P.S. Quando estava em salto encarpado da cadeira, alguém me perguntou se tinha vestido umas cuecas azuis, porque parece que dá sorte também. Pronto. Lá se vai a minha felicidade plena desejada para 2007. Nota mental: comprar no próximo Natal uma lingerie azul para estrear na passagem de ano!