Dec 26, 2007

Exagero do Natal

Depois de ter passado quase 48 horas à mesa, e ter conseguido ingerir comida que dava para alimentar uma familia inteira durante uma semana, estranhamente sinto-me...enfartada. Era um chazinho se faz favor!

Dec 18, 2007

Problemas técnicos

A porcaria da ligação wireless não funcionava e logo o computador não detectava redes sem fios nenhumas. Após ligar e desligar modem, router e pc várias vezes sem sucesso, liguei para o apoio técnico da Netcabo, já a mandar vir, é claro. Cena outra vez de desliga router, modem e pc da electricidade, reinicia tudo, nada. Da Netcabo perguntam-me se eu sei o que é uma rede sem fios e se eu tenho a certeza que o meu pc tem sistema wireless, apesar de já lhes ter dito anteriormente que sim. Desatino ainda mais, lá porque há um problema acham que as pessoas são todas imbecis, eu sei o que é uma ligação wireless e sei que a tenho, estão a gozar comigo, blá blá blá. Mandam-me verificar as configurações do modem e do router, das placas e o diabo a quatro mas está tudo bem. Estou cada vez mais irritada com a porcaria do serviço dos senhores e mandam-me esperar uns minutos, decerto para procurarem nos manuais uma resolução para o meu complexo problema. Após um minuto, aparece a voz do técnico a perguntar:

- Obrigado por ter aguardado. Olhe para o seu portátil e procure um botão de lado que diz on/off. Já encontrou?
- Sim (já a medo)...
- E como está?
-...em off...
- Pois. Se fizer on, liga o seu sistema wireless. Podemos ajudá-la em mais alguma coisa?

Agora com licença que vou ali pintar a cara de preto!

Dec 12, 2007

Lista de Natal

Sempre tive a mania de fazer listas. Listas de tarefas a fazer em casa, listas de assuntos a tratar que incluem idas à loja do cidadão e à EMEL, listas do trabalho do dia/semana, listas para tudo e um par de botas. São muito úteis especialmente para pessoas com tendência para a desorganização como eu. Os presentes de Natal não são uma excepção. Lá fiz a minha listinha, este ano com 32 pessoas. Perdi-a na minha primeira incursão de compras. Voltei a faze-la. Só tinha 29 pessoas. Mau, para onde foram as outras três almas? Enfim, que se lixe, hei-de me lembrar. Mais compras e lista desaparecida outra vez. $%&@#£$$! Volta a fazer. Volta a perder. Resultado: descobri que comprei presentes duas vezes para a mesma amiga. Trabalheira para tentar realocar um dos presentes (será que a minha prima de 60 anos gostará de um colar fashion XPTO que comprei a pensar numa jovem de 30??) e descobrir que ainda assim faltam 5 pessoas, os mais difíceis ficaram para o fim. Ora bolas. Eu gosto muito do Natal e de oferecer presentes, mas quando a tarefa se transforma numa empreitada confesso que é difícil manter o espírito natalício em alta!

Dec 11, 2007

He’s just not that into you

Já por incontáveis vezes ao longo das nossas vidas, nos vimos no meio de uma longa conversa com uma ou mais amigas sobre o sexo masculino e a sua interacção com o sexo feminino, conversas essas que após horas não chegam a lado nenhum. As mulheres vêem sinais, interpretam olhares, expressões ou frases e, na ausência deles, estabelecem teorias psicológicas de trazer por casa sobre o comportamento masculino e suas motivações. Como o pensamento masculino não é tortuoso como tendemos a achar (as mulheres é que se dedicam ao passatempo de dissecar ao mais ínfimo pormenor o significado de uma frase de duas palavras tipo “não posso”), vi, aqui há uns anos, um episódio brilhante do Sexo e a Cidade que passei a citar quando alguém liga a maquineta infernal do complicómetro. E vai que, nas minhas deambulações pela net, encontrei o diálogo do episódio em causa. Amigas e leitoras, não queimem mais neurónios sobre o tema, é tão simples quanto isto:

Charlotte – So how did the date end?
Miranda – He walks me home, he kissed me goodnight at the door, I invited him up – he couldn’t ‘cause he had an early meeting -, we kissed again, then he said he’d call.
Carrie – Two kisses. Very promising.
Miranda – You think? Even though he didn’t come up?
Charlotte – Definitely. It means he likes you but he wants to take it slow. That’s nice.
Miranda – Berger, what do you think?
Berger – You really wanna know?
Miranda – Please, I would love to have a mans’ opinion for a change.
Berger – All right. I’m not gonna sugarcoat it for you. He’s just not that into you.
Charlotte – That’s not true!
Carrie – Don’t listen to him!
Miranda – No, no, I’m intrigued. Elaborate.
Berger – Look, I’m sorry but when a guy is really into you he’s coming upstairs, meeting or no meeting.
Carrie – Oh, that is ludicrous! What about extenuating circumstances? What about you’re stressed out, you’re on a deadline, you have a migraine…
Charlotte - … or a lot of guys are afraid of getting their feelings hurt and they don’t wanna ruin a friendship…
Miranda - … or, or, or they’re freaked out by their own feelings. There’s a lot of “push-pull” out there, a lot of mixed messages.
Berger – Yeah, I have to say that’s all code for “he’s not that into you”. With guys it’s very simple: we’re into you, we’re coming up, we’re booking the next date. There are no mixed messages.
Charlotte – No mixed messages?
Miranda – I’ve spent my life deciphering mixed messages.
Carrie – I’ve made a whole career of it!
Miranda – Uau. He’s just not that into me. I love it. It is the most liberating thing I have ever heard. Think how much time and therapy I could have saved over the last twenty years if I had known this.”


[«Sex and the City», época 6, 4º episódio]

Dec 5, 2007

Surpresa!

Ando tão abandalhada na escrita de posts aqui do blogue devido a má vida que levo que, apercebi-me agora, este bloguito de trazer por casa com uma audiência enorme conquistada de cinco a dez leitores , fez um ano no passado dia 28 de Novembro e a data passou-me ao lado. UM ANO. Ele há coisas...

Ainda bem que estou a fazer coulants de chocolate! Vou procurar uma vela e cantar os parabéns a babar sobre os oito bolinhos quentes que vou tentar ingerir hoje, garantindo assim uma dor de barriga que me fará decerto ficar acordada pela noite fora como preciso para conseguir ler a papelada. Sim, não digam nada. Sou genial, eu sei!

Uma questão de escolha

Estão em casa, pilha de papelada para ler impreterivelmente nessa noite. Estão cansados, estoirados mas, der para onde der, têm que ler aquela treta porque às 9 da manhã vão ter que falar sobre o assunto e dificilmente vai dar para improvisar. Qual das seguintes opções escolhiam:

(a) beber um cafezinho e ficar até às tantas a ler como deve ser o calhamaço que têm à vossa frente;
(b) ir cedo para a cama e pôr o despertador para as 6 da manhã na esperança que pela madrugada as coisas entrem mais rápido;
(c) tentar racionalizar a coisa e fixar uma meta, tipo numa hora dar uma vista de olhos na diagonal sobre o assunto, de forma a não fazerem figura completamente de ursos na reunião matinal.

Já meditaram e escolheram a resposta certa?

Do lado de cá, em meditação, tenho a dizer que a (a) não é possível - se bebo um cafezinho a estas horas amanhã pela hora do almoço ainda estou a dançar o fandango pelos corredores da empresa; a (b) ainda mais inviável, porque a possibilidade de o despertador tocar às 6 da manhã e eu me levantar da cama é mais remota que a possibilidade de eu ganhar o Euromilhões sem jogar; a (c) seria a resposta mais viável, mas implicaria alguma concentração e esforço.

Tchan tchan tchan: como o que me apetecia mesmo era comer algo doce, optei pela resposta ilógica à questão e não avançada antes, escolhendo a (d): caguei temporariamente na decisão e, já que não estava a dar nenhum documentário decente na tv cabo (a biografia do Ethan Hawke não me captou a atenção, se ainda fosse a vida de um lagarto num deserto qualquer já seria outra história), vim à net procurar uma receita de coulants de chocolate, que era mesmo aquilo que era absolutamente INDISPENSAVEL que eu começasse a fazer à uma da manhã, adiando assim a decisão sobre trabalho/não trabalho por mais uma hora, enquanto vou ruminando os coulants quentinhos que hão-de sair do forno daqui a bocado...

Nov 21, 2007

Interregno

Sim, estou em silêncio há muito tempo e tenho recebido os emails interrogativos sobre o tema. Estou viva, bem de saúde (tanto quanto um maço de cigarros por dia permite...), boa para as curvas, etc, etc. E não me fartei nem desisti do blogue. O silêncio deve-se apenas a:

(1) uma crise inspiracional que dura há umas semanas, a qual não me tem apetecido combater...
(2) um overload de trabalho que tem feito com que em média ande a sair depois das 10 da noite do estabelecimento comercial onde laboro, o que agudiza um mau feitio e a pouca vontade de escrever...
(3) tentativa de ter vida pessoal entre as 10 e a hora de deitar, embora, por exemplo, os sms que recebia ontem enquanto tentava acabar uma treta no trabalho que me iam informando a evolução de um jantar de anos onde deveria estar até ser ameaçada por volta da hora do apagar as velas do bolo, me façam pensar que não está a ser fácil!!!
(4) isso queriam vocês saber!

Nov 9, 2007

Onde está o civismo?

Segurança Social, hora do almoço. 30 pessoas à minha frente. Está um velhote à espera da sua vez, sentado numa cadeira, daqueles todos tortos com uma bengalinha. Apita para o n.º 397 e éa vez dele. Levanta-se a custo mas a meio do percurso um homem de 40 e tal anos passa-lhe à frente, em conivência com o funcionário do guichet, claro. O velhote tenta protestar, baixinho, mas é ignorado. Uma senhora chama a atenção do funcionário que a ignora e perante a sua insistência, é mandada calar. Resultado: pequeno motim na segurança social. A populaça aos urros e apupos "ordinários, nem os velhos de torcida (NT: a corcunda do velhinho) respeitam, pá!", "é bem feita que não sejam aumentados mais que a inflacção, pá!" e os funcionários aos gritos de volta "quanto mais gritarem menos atendemos", "não vêm que este senhor (que por sinal, nem tinha senha nem nada) estava à frente?" e ainda a pérola "gritem, gritem, que eu cá atendo pela ordem que quiser!".

Estava eu a ver o caso muito mal parado (as cadeiras não tinham o ar de serem moviveis, por alguma razão deve ser assim...), quando o guichet do lado vagou e o velhinho avança. Neste momento, diz-lhe uma funcionária em voz alta: "o senhor para a próxima não tire senha nem fique à espera (já lá estava há uma hora e meia segundo a senhora da cadeira ao lado da minha) porque como é idoso, tem prioridade e passa à frente de toda a gente!".

A cena foi de tal maneira surreal, que após 10 segundos de silêncio, as trinta pessoas que estavam à espera, incluindo moi meme, desataram a rir pelo absurdo da coisa. Como se viu, os senhores funcionários públicos da Segurança Social levam muito a sério esta regra: com eles, os velhinhos têm o seu atendimento prioritário assegurado...

Nov 5, 2007

Despistanço

Tarde de trabalho super sossegada, imensa coisa a ser despachada, grande alegria ao longo das horas pela ausência do telemóvel a tocar a toda a hora quando, no final da tarde, começo a achar estranho tanto silêncio. Mas será que está tudo de férias esta semana? Que sorte...Mas não há urgências, nadita de nada, para me chatearem? Será que tenho o telemóvel em modo de reunião? Por descargo de consciência, ponho a mão na carteira à procura. Não encontro o telemóvel. Hum... estranho. Recorro à velha táctica de ligar do telefone fixo para o telemóvel. Chama mas não se houve tocar. CHAMA E NÃO OIÇO? Começo a hiper-ventilar. Querem ver que ainda o ano não acabou e eu perdi o segundo telemóvel de trabalho??? Com todos os contactos que não constam de mais lado nenhum??? Mas por que é que eu estou sempre a deixar tudo em todo o lado??? Mas porque é que isto está sempre a acontecer-me??? Mas porque é que com tanto defeito tão interessante que eu podia ter (obsessiva-compulsivamente arrumada, teimosa que nem uma mula, chata como a potassa, histérica, eu sei lá), fui logo ser despistada até mais não???

Arghhhhhhhhhh!

Inspira. Expira. Inspira. Expira...

Oct 26, 2007

E ainda a propósito da discriminação

Ora bem. Depois de ter sido acusada de discriminação via blog e via email, venho esclarecer a coisa para que não restem dúvidas nenhumas: eu não discrimino e discrimino ao mesmo tempo! Esclarecidos?

Pois, calculo que não. Passo a explicar. Eu não discrimino porque à partida, dou oportunidade a todos, homens e mulheres, sejam brancos, pretos ou amarelos. E tenho o cuidado de quando marco entrevistas, mesmo que só tenha visto cv’s de raparigas que me tivessem chamado à atenção, escolher uns quantos do sexo masculino para contrabalançar. Mas a verdade é que chegada a hora da escolha e após entrevistas, é muito raro que a minha primeira escolha não recaia sobre uma mulher, pelo facto de ter gostado mais do CV dela, do modo de estar, da personalidade, dos objectivos de carreira, etc. Depois, porque honestamente acho mais fácil trabalhar em equipa com mulheres do que com homens, conhecendo claro está várias excepções a esta regra. Depois, porque o aliviar da tensão de trabalho com uma piada e gargalhadinha durante 5 minutos é mais fácil entre mulherio que se encontra na mesma onda piadista. Por último mas não em último, porque acho que as mulheres trabalham mais, são mais dedicadas e mais permeáveis, mais adaptáveis a novos estilos de trabalho e não têm problemas nenhuns com uma chefia feminina…

Mas para contrariar a minha tendência discriminatória, a penúltima aquisição que fiz foi um rapaz. Apesar de ao princípio ter sido dificuldades na adaptação, ele agora já está perfeitamente enturmado. Já tem grande dedicação e trabalha largas horas sem se queixar. (E já comenta os sapatos novos que comprámos, os cortes de cabelo e larga piadas ao estilo feminino e ri-se das mesmas imbecilidades, estando a par de coisas tão importantes como quais são os cabeleireiros decentes próximos de nós – por causa disso, já o alertei para o risco de ele, sem dar por isso, estar a ficar efeminado…)

Oct 24, 2007

Breve momento feminista

Acabei de contratar uma advogada nova para o meu departamento. Além de esperta, posso dizer, do alto da minha opinião isenta de mulher, que a rapariga é girissima. Claro está que vou ter de enxotar os 45 caramelos que vão fazer romarias à minha porta, a rondar enquanto babam para ver a nova aquisição, tudo tem um revés. Mas ainda assim, digo muito satisfeita: Vivam as mulheres bonitas e espertas! E simpáticas! Mulheres ao poder! Vivam as mulheres!

Oct 18, 2007

Aprender a fluir com a vida

Ontem uma amiga de longa data quis ir a uma aula de meditação num centro budista. Como ela tinha receio de sair de lá vestida de cor-de-laranja e cabelo rapado ou de afinal ser tudo uma tanga e tirarem-lhe um rim, desafiou-me para ir com ela (assim, éramos duas a ser alvo do embuste) e eu, sempre aberta a novas experiências e com a habitual dificuldade de dizer não, lá fui também. O tema da meditação era “Aprender a fluir com a vida” e pareceu-me que podia ser interessante. Chegadas ao centro, dirigimo-nos descalças para a sala, onde já só havia lugares na primeira fila e lá nos sentámos. À nossa frente estava aquilo que deve ser uma espécie de altar budista, cheio de budas de vários tamanhos. E mais abaixo no altar, comida. Mas o caricato é que não era comida confeccionada, tipo oferta de refeições ao Buda. Era comida embalada: frascos e frascos de mel, farelos e ainda muita massa dentro do pacote. Isso mesmo. Pacotes de massa crua de oferta ao Buda. Começo com vontade de rir pelo caricato da coisa, especialmente depois de ler num dos pacotes de massa que se tratava de macarronete integral, facto que na altura achei de uma graça extrema. A sala em silêncio completo, estava tudo já a meditar e eu não consigo controlar, começo a emitir ruídos. Abano o corpo, a minha amiga começar a abanar e emitir ruídos também e pronto, está tudo estragado. Estamos numa aula de meditação com um ataque de riso de correr lágrimas pela cara e quanto mais tento controlar mais estou a sufocar nas minhas gargalhadas. Levantámo-nos e fomos para a última fila, onde afinal havia dois lugares vagos, para não darmos tanta barraca e deixarmos de ver o macarronete… e ao fim de um bocado lá conseguimos esvaziar a cabeça de pensamentos engraçados e assistir às quase duas horas de meditação e explicação sobre a “impermanência” da vida sem sermos expulsas dali…

Oct 17, 2007

Pequenos dramas dos canhotos

Estava eu a tentar cortar a porcaria de um decreto-lei para fazer uma colagem de artigos no antigo diploma (coisas de advogados, que não interessam nada agora) e, quando dou por mim, estou a estragar o papel todo. Depois percebi que, para não variar, a tesoura que estava a usar era para dextros, ou seja, tem uma parte romba e uma parte que corta, o que faz com que quem tenta usá-la ao contrário, em vez de conseguir cortar apenas moí o papel. Passada a irritação ligeira com o assunto, lembrei-me onde teria posto um avental de cozinha que me ofereceram há anos e anos atrás e que eu gostava muito, que dizia:

If the left side of your brain controls the right side of your body, and the right side of your brain controls the left side of your body, then left-handed people must be the only ones in their right minds!

Oct 8, 2007

Viagens III

Será que todas as mulheres são consumidoras (ainda mais) compulsivas em viagem? Em tempo normal, de volta e meia, todas passeamos alegremente, sozinhas ou com amigas, a ver esta ou aquela loja, compramos uma coisa ou outra numa das 10 lojas em que entramos e pronto. Mas em viagem, salve-se quem poder!

Munidas dos indispensáveis visas (e agora também do electron, que funciona lá fora como se mais um cartão de crédito fosse), lá vamos nós largadas para fora de pé. E não interessa nada se precisamos ou não (o vigésimo par de jeans era importante), se é o nosso género ou nem por isso (estive a namorar uns sapatos ROXOS da Prada, até cair na real e me passar o ataque, a cor dos sapatos ainda me causaria um ataque epiléptico...), se não teremos já algo parecido com aquilo (na dúvida, provavelmente nem tem nada a ver, é melhor comprar) ou mesmo se nos serve (talvez os sapatos alarguem, afinal são de camurça!). Estamos numa missão obsessiva-compulsiva e ninguém nos pode parar. Ou melhor, até pára, mas não é quem, é o quê: paramos quando os visas começam a deitar fuminho do uso abusivo num curto espaço de tempo e a nossa consciência acorda da coma induzida.

P.S. Mas apesar de saber isso tudo, estou contentíssima a olhar para o batom, sombra, rimeis, lápis, serum, creme hidratante, creme dos olhos, exfoliante e ainda não percebi bem para o que serve o último produto que comprei, tudo dentro da necessaire horrível que a marca oferece a quem, por alguma razão obscura, achou que precisava daqueles 10 produtos novos!

Viagens II

Além de recordar os hotéis por onde passo pela localização, qualidade e serviço, um dos elementos essenciais do meu rating hoteleiro é o pequeno-almoço. Tenho um fascí­nio por pequenos-almoços de hotel, ao ponto de pôr o despertador para ter a certeza que me levanto a horas!

Eu que normalmente bebo um café com leite de manhã e já está a coisa feita, assim que estou hospedada num hotel transformo-me no Monstro das Bolachas (aquele monstro azul dos desenhos animados, que come cookies desenfreadamente) e trituro tudo o que me põem à frente. E consigo ingerir uma quantidade astronómica de comida que seria impensável em dia normal: vários sumos naturais, café com leite, croissants, brioches e torradas, ovos mexidos, bacon, fruta tropical com iogurte e cereais, queques e bolinhos, como tudo. E se os hotéis que acrescentam mais coisas ao tradicional pequeno-almoço continental, agradam-me: tipo os que têm panquecas! E se tiverem algo diferente, também experimento salvo raras excepções (lembro-me de um hotel que tinha um pequeno-almoço típico bengalês que não experimentei, porque consistia em receitas de caril variadas que me fizeram temer pela minha integridade física...).

O único revés do meu ataque “Monstro das Bolachas” é o regresso, porque além do fascínio pelos pequenos-almoços, em viagem fascino-me também com os almoços e jantaradas, com as entradas, pratos e saí­das, copos e afins pelo que mesmo que sejam apenas dois ou três mí­seros diazitos de viagem, a porcaria da balança, vá lá perceber-se porquê, acusa sempre!

Viagens I

Não sei porquê, mas desde que me lembro de viajar que tenho um grave problema com o chegar a horas ao aeroporto. É sempre a mesma coisa (muito irritante para quem viaja comigo) e desta vez não foi diferente.

Distrai-me com as horas, despistei-me à procura de um print de uma direcção de uma loja que queria ir, esqueci-me de marcar um táxi para aquela hora da madrugada e pronto, estava tudo estragado. De repente, falta uma hora e dez para o avião e eu estou em casa. Acabo de me vestir a correr, atiro com 10 coisas para dentro da mala ainda meia feita, pego na carteira e em 20 papéis avulsos e saio pela rua fora a correr que nem uma louca com a mala atrás até à paragem de táxis mais próxima. Nisto, já só faltam 55 minutos para a hora do avião. Sem fôlego, atiro-me para dentro do táxi e digo ao taxista (com um ar de menina aflita para dar mais ênfase à coisa) que tenho avião em menos de uma hora e que não sei o que vou fazer, era muito importante não perder o avião. Regra geral, os taxistas devem ansiar por estes momentos da donzela desamparada para poderem fazer uma condução à filme made in USA, mas o que apanhei desta vez excedeu-se - foi a guiar desenfreado deste o Ritz até ao aeroporto, aos ziguezagues tal qual carro de corrida e não parou em nenhum sinal vermelho, excepto no da rotunda do relógio (uff… se não parasse nesse, não estaria aqui a escrever de certeza!). Quando chegámos às partidas, disse-me com um ar orgulhoso – vê menina, bati o meu record e tudo, levamos 6 minutos do Hotel Ritz até aqui (!!). Atirei-lhe com o dobro do dinheiro que marcava, claro está. Nova corrida, agora para o check-in e, quando sou atendida, diz-me a senhora da Bristish Airways – teve sorte, mais 5 minutos e não embarcava.

Quando me vejo finalmente sentada no avião, o coração aos pulos pelo stress matinal e pela corrida contra o tempo, toda despenteada e com ar totalmente esgrouviado, penso porque é que continuo a fazer isto a mim própria e não aprendo a lição. Depois concluo que ainda o faço porque, até agora, miraculosamente nunca perdi um avião…

Oct 3, 2007

Insólito

Recebo uma chamada no telemóvel e, quando atendo, aparece uma gravação que diz:
“Aceita uma chamada a cobrar no destino?”. Pensei que pudesse ser um dos meus sobrinhos que, por alguma razão, estava sem saldo mas queria falar comigo. Aceitei e, após o “Estou? Estou? Sim?” inicial, caiu a chamada. Após alguns minutos, recebo um sms de um número desconhecido a pedir desculpa pela chamada a cobrar e a querer devolver-me o dinheiro, perguntando para isso o meu nome (curioso, não? Se fosse um NIB faria sentido, mas nome para reembolso de dinheiro? Ora pois sim, é o chamado fazer conversa, tonta mas fazer conversa!). Resposta pela mesma via, no sentido de agradecer e dizer que não valia a pena tal preocupação. Insistência sobre o meu nome. Resposta dizendo que não fazia sentido a devolução. Nova insistência para saber o nome. Silêncio do lado de cá. Insistência. Silêncio. Nova insistência, agora com um “gostei da sua voz tão bonita, vamos ser amigos, o meu nome é X”. Silêncio acompanhado de ar estapafúrdio a olhar para o telemóvel. Afinal, ligam a cobrar mas gastam dinheiro a enviar sms atrás de sms? Voz tão bonita expressada pelo breve estou, estou (que no meu caso até é uma voz para o esganiçado…)? Que loucura. Não resisti (também tenho a minha quota-parte de louca) e enviei um “Não está bom da cabeça. Fim de conversação”. Nova insistência, agora a pedir para ligarem, eu atender e conversar!!! Sim, conversar!!!

Conclusão: o telemóvel foi lançado para parte longínqua e incerta com um ar de terror, acompanhado de corrida para longe da maquineta infernal. Eu sei que vivemos numa era internética e bloguista, cheia de novas tecnologias e novas formas de comunicação mas, fazer amiguinhos via sms aleatório para um telemóvel, valham-me os Deuses, tanto maluquinho que por aí anda!

Oct 2, 2007

Os brasileiros na vanguarda

Não sei como é que nunca tinha pensado nesta profissão dois em um: se a vida corre mal e um bruxo / vidente/ medium / whatever não consegue resolver os problemas de quem lá vai, não faz mal, além do dinheiro que já gastaram para nada, ele pode sempre ser amiguinho (calculo que continue a não ser gratuito...) e jogar uma bisca lambida ou ir dar apoio moral ao bingo!

Sep 26, 2007

Perguntas imbecis

Estive quase a tarde toda com coleguinhas à porta do gabinete à espera, em bicha (sim, bicha, que essa modernice de se dizer fila em vez de bicha irrita-me!), para colocar todo um rol de perguntas estúpidas que não vos passa pela cabeça. Mas como nenhuma estava a bater a já antiga mas ainda no top das perguntas imbecis do “tenho aqui o original de um contrato, agrafo ou ponho um clipe?” (as dignas de registo vão para um top que parece inventado…) vi que não iam proporcionar-me uns bons momentos de gargalhada. Por isso, voltei a pôr em prática um diálogo non-sense que já usei no passado como desencorajador da bicharada. Aos novos que chegavam à porta do gabinete para engrossar a dita espera e torrar a minha paciência (que não é muita para os disparates alheios), fiz-lhes variantes deste diálogo:

- já tirou a senha?
- qual senha?
- a senha da sua vez.
- mas agora tem senhas?
- tenho.
- mas onde estão?
-não as vê?
- não...
- aí mesmo!
-onde?
- hum...que horas são?
- hã?
- as horas?
- quase sete...
- Ah, por isso é que não as vê, já encerramos o expediente (isto acompanhado de riso disparatado e de um teclar alegre a olhar para o monitor).


Mission accomplished: consegui dispersar a bicha em 10 minutos e vou para casa mais cedo e tudo!

Sep 24, 2007

Importa-se de repetir?

Estava eu muito bem na minha aula de yoga, concentrada na respiração e no exercício que o professor estava a explicar quando ele diz – abram as pernas e ponham os pés à mesma largura da anca. Obedeci prontamente. Continuei a seguir as outras instruções: roda pé direito 30º graus e fica no bico do pé, pé esquerdo a 90º graus, torce joelho esquerdo para fora e dobra, roda o tronco para o lado direito (ou seria esquerdo?...), põe o cotovelo esquerdo (ou direito? ou seria o braço?) à frente da perna direita e empurra a perna para trás…

Neste momento do exercício estou com manifesta dificuldade em manter o equilíbrio e não me estatelar no chão. O professor ao ver-me a abanar perigosamente vem em meu socorro e diz: eu disse para abrir as pernas e pôr os pés à largura da anca que tem, não com a largura que gostaria de ter! Risota geral na aula – incluindo eu, claro. Parece que a minha incapacidade com as medidas e distâncias também afecta o desempenho da meditação colectiva das aulas de yoga...

Sep 20, 2007

Cross the line

Todos temos amigos e amigas que por razões amorosas passam a fronteira do razoável e perdem a sanidade. E como se diz a alguém, claramente perturbado e sem réstia de racionalidade, que passou essa fronteira? Pois, não se consegue dizer, apenas se pode ajudar a minimizar os estragos!

Por isso, já fui de emergência ao aeroporto buscar por uma orelha uma amiga desnorteada que, tal qual David Attenborough, esperava camuflada entre umas plantas falsas que o respectivo-futuro-ex chegasse para ver se ele vinha com outra (sim, imaginem, escondida atrás de uma planta de 1,20m com duas folhecas, só faltava estar a fazer ruídos da selva para o disfarce ser perfeito)…e noutra vez, chegou outra amiga a minha casa, a fazer tempo antes de o encontro com o ex-talvez-respectivo-outra-vez, pintada como um palhacinho, dois círculos cor-de-rosa vivo nas bochechas, sombra azul, batom encarnado, devido a um xanax que lhe toldou a visão, a quem tive de retocar a maquilhagem como quem não quer a coisa (se ela aparecesse assim poder-se-ia ver o fumo a sair dos pezinhos dele tal seria a corrida da fuga).

Se eu for a pensar, também me recordo de duas ou três feitas por mim, mas não revelo aqui os meus próprios momentos de insanidade aguda. Avanço só com dois disparatados de um passado longínquo: uma vez vitimei uma amiga para tirar as matriculas todas dos carros de uma rua para fazer um cruzamento de dados que, só alguém com a mente em loop, podia achar possível e, noutra altura, convenci-me que tinha um microfone no carro mas, apesar de ter feito buscas exaustivas, não o consegui encontrar; ainda assim, continuei convicta da sua existência e obrigava toda a gente que entrava a dizer olá e o nome para o ar porque estava sob escuta! (Cada um passa a fronteira à sua maneira…)

Agora adoptei um método preventivo de ajuda aos amigos que vejo que estão prestes a pisar a linha - digo que, antes de fazerem asneira da grossa, se quiserem, para me ligarem e conversarem. Mas, quando sou levantada da cama com uma chamada que se torna inevitavelmente longa, questiono-me sobre a inteligência da ideia de me oferecer como bombeira de serviço…

Sep 19, 2007

Relativizar

Estava a olhar para um calhamaço infindável de papel que trouxe do trabalho e que me vai obrigar a trabalhar até às quinhentas da manhã e dei por mim a pensar nas outras profissões bem mais interessantes, giras e estimulantes que eu podia ter. Depois lembrei-me de um email que recebi aqui há algum tempo com uma terapia interessante para os “I hate my job days”:

On your way home from work, stop at your pharmacy and go to the thermometer section. You will need to purchase a rectal thermometer made by Johnson and Johnson. Be very sure you get this brand. When you get home, lock your doors, draw the drapes and disconnect the mobile so you will not be disturbed during your therapy. Change to a very comfortable clothing and lie down on your bed. Open the package and remove the thermometer. Carefully place it on the bedside table. Take out the material that comes with the thermometer and read it. You will notice that in small print there is a statement:

“Every rectal thermometer made by Johnson and Johnson is personally tested”

Now close your eyes and repeat out loud five times: “I am so glad I do not work for quality control at the Johnson and Johnson Company!”.

Sep 13, 2007

Letras originais

Eu sei que o José Cid é um grande músico, o pai do rock português, o mestre genial, inovador e por aí fora. À parte o meu desagrado generalizado em relação às musicas do José Cid, a minha crítica vai não para a música do Cid mas sim para a letra de uma em especial, da célebre "Como o macaco gosta de banana", música com que embirro ferozmente.

Hoje de manhã estava dar na rádio e eu ouvi-a não sei porquê. Aquela "coisa" entra no ouvido e dei por mim horas depois a cantarolá-la (o que dá um ar sempre cool, claro, nada como andar pelo emprego de fato completo a cantar sozinha "de banaaana!"). Cheguei a casa e fui logo procurá-la na internet- quando uma música não me sai do ouvido, volto a ouvi-la para deixar de a ter na memória. Depois, fui buscar a letra toda.

Eu sei que todos os artistas têm momentos menos felizes e obras menos conseguidas. Mas a letra do macaco indicia o consumo de substâncias psicotrópicas em quantidades perigosas, senão relembro-vos:

"(introdução assobiada)
A minha palmeira é muito porreira eu sei
Mas no meu deserto tu foste o oásis que achei
Tu ficas louquinha quando tiro a casca à banana
Ficas tão tontinha que a tua cauda abana.

[Refrão]:
Como o macaco gosta de banana eu gosto de ti (de banaaana!)
Escondi um cacho debaixo da cama e comi comi (de banaaana!)

Minha macaca gira e bacana
O teu focinho é que não me engana
Pois se a macaca gosta de banana tu gostas de mim
Como o macaco gosta de banana eu gosto de tiiiiii

(momento assobiado)
Um orangotango transformou um tango num rock
É a nova moda que põe Portugal em amok
Quem foi ao ataque foi o chimpanzé e o saguini
Minha macaquinha, estão apanhadinhos por ti (iii, iii, iii…)
(refrão)

(mais uma assobiadela)"

Vinha aqui fazer uma critica à letra, mas confesso que nem consigo, do que me estou a rir do disparate da coisa. Fiquei a pensar e acho que falhei uma vocação, porque mesmo sem o consumo de algo ilegal, acho que consigo escrever uma letra disparatada (tcham tcham tcham- nota prévia: ler com a música "Wonderful Tonight" do Eric Clapton em mente):

"(palminhas ritmadas)
Não ouve aulas, tive um furo
Quando p'la primeira vez te vi-i-i-i
Estavas de azul escuro
E logo me apaixonei por ti-i-i-i

A paixão era grande, não sabia o que fazer
E então pensei, que se lixe, vou ficar só a ver

[Refrão]:
Desde então espero sempre
a qualquer momento o teu olhar en-con-trar
Basta tu estares presente
para eu logo me pas-sar
...És o maior!
(trá la ra la ra com palminhas ritmadas)"


Após um esforço intenso de 5 minutos a criar a primeira parte da letra com uma métrica nunca antes vista, penso que para estar a escrever estes disparates quem não é boa da cabeça (mesmo sem consumir nada) sou eu...

Sep 10, 2007

A praga

Estou rodeada de formigas na minha casa. Elas estão em todo o lado, atacam tudo o que possam imaginar (do cesto da roupa suja ao fato de mergulho, sabonetes e eu sei lá mais o quê). Para verem ao ponto que isto chega, no fim-de-semana comprei um palmier numa pastelaria, mandei embrulhá-lo e quando cheguei a casa pousei-o na mesa da cozinha. Fui atender uma chamada e, quando voltei, uns míseros 20 minutos depois, as gajinhas tinham atacado o embrulho!

E como se este cenário dantesco não chegasse, agora atacam-me à noite na cama (isto agora assim dito até soa mal…). Mas é verdade: quando acordo de manhã, tenho sempre umas amiguinhas a passearem-me pela cama e travesseiro (argh, já devo ter comido umas quantas a dormir…o que vale é que têm proteínas) e não julguem que é por causa de migalhinhas, porque não levo comida para a cama!

Isto seria muito expectável numa casa de campo. Mas onde é que já se viu isto em plena cidade? Não tarda nada, vou ter de fechar o estabelecimento para uma “desformigazação”…

Sep 5, 2007

Sobre saídas à noite a meio da semana

Havia alguma razão para eu nunca nunca sair à noite a meio da semana. Mas ontem valores mais altos se levantaram e não me recordei dela. Hoje, os anões de picareta que me incomodam desde cedinho e a minha cara de robalo, fazem-me cantarolar baixinho:

"Quando a cabeça não tem juízo
Quando te esforças
Mais do que é preciso
O corpo é que paga
O corpo é que paga
Deix'ó pagar, deix'o pagar
Se tu estás a gostar...
(...)
Quando a cabeca está nessa confusão
Estás sem saber que hás-de fazer
E ingeres tudo o que te vem à mão
O corpo é que fica
Fica a cair sem resistir"

Façam pouco barulho ao passar por aqui e só me acordem lá para 5ª feira, sff.

Aug 31, 2007

D. Arminda

No último dia de férias, já em Lisboa, estava muito bem a dormir quando sou acordada a meio da manhã pelo dedo de alguém na minha campainha. Com tanta insistência tocaram que eu lá me levantei, abri a porta da rua e perguntei lá para baixo o que queriam. Gritou-me uma voz de senhora idosa: “Ó minha menina, é a Arminda, do prédio em frente (??!). Venha rápido que está aqui o senhor da EMEL a querer multar-lhe o carro e eu estou a tentar impedi-lo”.

Meia estremunhada, lá vesti qualquer coisa e fui à rua pôr moedas no parquímetro. O verdinho da EMEL já se encontrava em fuga da fúria da D. Arminda, a qual satisfeita me disse: “Assim que vi da janela que o senhor da EMEL vinha multar o seu carro, vim logo a correr e não o deixei. Disse-lhe logo – olhe que a menina é nova aqui e por isso ainda não teve tempo de pedir o selo de residente. E como está doente (!!?), coitadinha, não pode pôr moedas!”. E continuou a dissertar, agora sobre outros moradores da rua em alegre monólogo, enquanto eu ainda tentava pôr o meu cérebro a funcionar. Agradeci-lhe e voltei para casa. Escusado será dizer que a D. Arminda sabe tanto da minha vida (e pelos vistos, da dos restantes moradores das redondezas) porque passa o dia à janela e, como não tenho cortinas ainda, devo ser a vizinha que lhe facilita mais a cusquice...

Por isso, percebi que era hora de ir às compras de varões e cortinas para a minha sala, para acabar rapidamente com a novela da vida real que, nos últimos dois meses, a D. Arminda anda a assistir!

Aug 28, 2007

Aviões & Aeroportos II

Haverá algum manual secreto dos pilotos e respectiva tripulação que diga que, quando falam em inglês com os passageiros, aqueles devem assegurar-se que, quer a construção frásica, quer o sotaque, deverão ser tão maus, tão maus, de forma a que ninguém seja capaz de perceber uma palavra do que estão a dizer? Ainda me recordo aqui há uns anos de uma hospedeira ter dito no seu melhor inglês “Please don’t smoke the toilet” e de um piloto ter dito com o seu melhor sotaque “If you look right, you can see the lovely bitches”…

Na última viagem que fiz o piloto dissertou em espanholês durante 10 minutos sobre a razão do longo atraso na partida, já connosco dentro do avião e, a única palavra que se percebeu, foi que tal se deveu a “technical problems”. Se de facto o avião tinha problemas, por que raio é que o piloto partilhou (ou tentou partilhar) esse infortúnio com os passageiros? Alguém quererá saber, quando já vai no ar e não há nada a fazer, que o avião (um chaço com mais de 20 anos), tem problemas técnicos?????

Felizmente não sou facilmente abalável e eliminei essa informação desnecessária da minha mente - 10 minutos depois, já dormitava alegremente para cima do passageiro do lado!

Aviões & Aeroportos I

Sempre achei curioso o fenómeno comportamental das pessoas nos aeroportos. Existem regras básicas de comportamento que todos nós (uns mais do que outros, é certo) respeitamos no dia-a-dia nos mais variados sítios públicos que frequentamos. Mas essas regras não se aplicam aos aeroportos. Aí as pessoas, decerto fartas das horas de escala que têm pela frente, estão-se borrifando para o que é suposto e vale tudo. Andam descalças ou de meias pelos corredores, fazem piqueniques em qualquer lado, lavam os dentes e/ou o sovaquito nas casas-de-banho, encostam-se para dormir em qualquer cadeira ou mesmo no chão (se for preciso, até de venda!), penteiam-se ou tiram macacos do nariz no meio de centenas de outras pessoas e não estão minimamente raladas com isso.

O facto de estarem chateadas de morte com o tempo estúpido que têm de passar na porcaria do aeroporto e de nunca irem voltar a ver os outros 500 chineses que por ali andam, legitima que todos os comportamentos socialmente incorrectos sejam feitos em público sem pestanejar. E, como isto é universalmente aceite por todos os outros, algo tão estapafurdio como alguém estar a limpar a orelha com um cotonete na cadeira do lado não suscita olhares incomodados. E quanto mais horas se passa num aeroporto (o meu record até hoje está em 12 horas, acreditem que não é uma experiência que queiram passar…), maior é a descontracção, é quase como se temporariamente, encarássemos aquela sala de espera como a nossa própria sala de estar!

Gosto deste regime de impunidade comportamental que existe nos aeroportos: já devo ter dormido esparramada em quase todos por onde tive de ficar mais de 2 horas e já comi o meu snack nos sítios mais disparatados. Quanto aos hábitos de higiene, confesso que já pus um penso para a bolha do pé em pleno lounge sem hesitar (a porcaria das sandálias-que-até-pareciam-confortáveis-para-viajar-mas-ao-fim-de-4-horas-não-o-eram causaram-na e as bichas das casas de banho eram desencorajadoras do meu recato…). Selvagem ou não, é bom saber que ainda há sítios onde as preocupações de aparência são reduzidas!

Aug 22, 2007

Voltei voltei...

...voltei do mar, voltei voltei, para ficar!

Aug 4, 2007

Estou...

...oficialmente de férias, pelo que a introdução de posts no blog vai ser interrompida temporariamente.

Até ao meu regresso, Bee

Aug 2, 2007

O cúmulo do disparate é...

...ir três vezes bater com o nariz na porta da Area Retail em Sintra (sim, por três vezes, devido ao mau planeamento do timing do percurso...) , enfrentar o inferno da IC19 (que nem em Agosto está calma) e, quando finalmente consegui apanhar a chafarica aberta, apenas haver uma cadeira partida (das tais célebres, as descontinuadas) e comprá-la mesmo assim. E quando eu digo partida, não me refiro a uma lasca no encosto ou a uma fenda no pé, quero dizer que o assento da cadeira está partido, a tal ponto que me venderam a cadeira pela quantia simbólica de 5 neuros (o vendedor ainda deve estar a pensar que tipo de atrasada mental compra uma cadeira naquele estado).

Cheguei a casa, olhei para a cadeira e, surpreendentemente concluí que... não vai dar para ninguém lá se sentar! Devo estar mesmo a precisar ir de férias. O meu cérebro tenho a certeza que já foi andando.

Jul 31, 2007

O problema das plantas

Adoro plantas e flores e por isso, alem de duas jarras de flores que tenho sempre em casa, gosto de ter uma plantinha ou duas. O problema é que as plantinhas, sejam elas quais forem, não duram nada, estou mesmo convencida que as lojas de flores (e não só, o IKEA faz parte desse complot, se não for o pior deles todos) vendem intencionalmente plantas que têm os dias contados, para nos fazerem voltar lá passado pouco tempo e gastar mais dinheiro em plantas.

Por isso, depois de vários enterros de plantas que passaram por aqui (a última das quais um vaso de manjericão para os meus ataques culinários que durou duas semanas antes de ficar castanho e seco) decidi que o ideal era comprar cactos, estão à venda de todas as formas e feitios e fazem perfeitamente as vezes de uma orquídea (da qual desisti ao fim da 4ª tentativa). Os cactos são resistentes à falta de água misteriosamente frequente nas plantas da minha casa, ainda que a falta de água dure três a quatro semanas e são bastante resistentes a acidentes domésticos (que às vezes acontecem!).

Hoje, no entanto, consegui estabelecer um novo recorde: o meu cacto novo, quando eu limpava a mesa de jantar, suicidou-se atirando-se da mesa a baixo e por isso esteve quase 48 horas vivo...

É uma pena eu não gostar de plantas artificiais!

Jul 29, 2007

O calor e as resoluções

Gosto muito do Verão, do bafo quente da brisa, do cheiro a quente logo pela manhã, das sandálias e, acima de tudo, dos banhos no mar. O Verão cura tudo, o cansaço do stress no trabalho, o ar macilento do inverno, a tristeza, a ansiedade, os macaquinhos do sotão. Fica tudo soterrado nas areias da praia e por isso é que o verão é uma boa altura para inspirar fundo, enchermo-nos de coragem e ir em frente com as decisões, sejam elas sérias ou de caca.

Há quem tome resoluções no fim do ano, para o novo ano que começa. As minhas são sempre tomadas antes do Verão, tudo vai mudar sempre a seguir às férias. As do ano passado foram sérias, mas as pós-verão para este ano são bem mais light (lucky me):

1) ir mergulhar todos os meses, incluindo inverno (sou uma mulher ou sou um rato? O verdadeiro amante de uma modalidade não se deixa intimidar pelo frio!);
2) começar a fazer ginástica regularmente (uma ida ao ginásio por mês não conta);
3) reduzir os cigarros diários (se já deixei de fumar duas vezes, devia ser capaz de reduzir, afinal quem pode o mais pode o menos!);
4) ser mais regrada nos horários de trabalho e não sair do escritório depois das 19h30 (esta vai ser bonita de pôr em prática...);
5) começar a poupar dinheiro todos os meses em vez de o espatifar em jantaradas, viagens e trapitos (reparem que não é poupar, é começar a poupar, o meio caminho já não é mau);
6) ir a um destino tropical este inverno (sim, eu sei, contraria a resolução anterior, mas a minha empresa vai dar-me umas acções em Novembro e por isso tecnicamente não é bem gastar, é como se a oferta das acções fosse no fundo a oferta da viagem, estão a ver a lógica?);
7) acabar de decorar a casa antes do Natal (esta contraria a 5) também...isto do conflito de resoluções é difícil de gerir...);
8) não fugir a sete pés de uma eventual relação (ainda que provavelmente se possa tornar numa "ralação". Ora pois, esta também vai ser bonita!).

Não, não estou em fase psico-intrinseca-depré-filosófica. Mas neste dia tão quentinho - também já fazia falta os dias quentes de Julho em que ficamos de língua de fora - o sol bateu a tarde toda nas janelas da minha casa e o resultado é que é meia-noite e a casa encontra-se a uma temperatura amena, entre os 39º e os 42º... o meu cérebro deve ter amolecido com o calor e deu-me para fazer listas de resoluções, podia ser pior.

P.S. Como não posso deixar que o meu tico e o meu teco entrem em overheat porque ainda são precisos, estou a pensar ir dormir para o sitio mais fresquinho que tenho: a banheira!

Jul 27, 2007

Olá Harry!

De acordo com a volatilidade que me é característica, hoje estou muito contente com uma pequena coisa: comprei o último volume do Harry Potter!

Ah pois é, por esta não esperavam. Mas eu digo sem problemas: sou uma fiel seguidora das aventuras do Harry Potter. Nos últimos anos, espero ansiosamente pelo momento antes das minhas férias em que a J.K. Rowling publica o novo livro, assim que está à venda compro-o e tento aguentar-me ao máximo para não o ler antes de estar instalada numa espreguiçadeira, ou numa varanda, ou na praia, ou na cama, ou em qualquer sítio onde me encontre de férias. Depois, em dois dias tenho o prazer de devorar uma aventura para crianças que os adultos também gostam. Ou se calhar já não tanto assim para crianças, porque o último livro fez-me chorar no final...

Cada um tem o seu momento Peter Pan. O meu é gostar de Harry Potter.

Jul 26, 2007

Grande Irritação

Tenho uma mesa de jantar para seis pessoas que comprei 1999. Na altura comprei, num impulso da juventude e de inexperiência, uma mesa de jantar sem cadeiras. Depois, claro está, passei oito anos à procura de umas cadeiras que ligassem com a porcaria da mesa. E nada, zero. Oito anos.

Quando estava quase a desistir e me preparava para comprar uma mesa nova (já com cadeiras, claro está, não volto a cair no mesmo erro), um belo dia a passear pela Habitat (perdão, pela Área, não me habituei ainda ao novo nome) vejo umas cadeiras que pareciam feitas a pensar na mesa. Isto foi à três semanas. Comprei logo duas. Trouxe-as para casa. Ficavam bem. Dei pulos de alegria pela busca do Santo Graal ter acabado.

Voltei a semana seguinte e comprei mais duas (as cadeiras pesam como o raio e o meu prédio não tem elevador...). Voltei lá hoje para comprar as duas que faltam. Não havia. Chamei o vendedor, consulta ao stock, nada. Colombo, nada, Cascais, nada. E por aí fora. Faço a encomenda das cadeiras e o sistema não aceita. Parece que as minhas cadeiras foram descontinuadas, numa loja onde as peças duram ao longo de várias colecções...

Só tenho a dizer que $%&*#£§§{#&!!!! Não falem comigo nas próximas 24 horas, por favor.

Jul 24, 2007

Os princípios!

Principio: sou contra ter televisão no quarto. Quando se tem, deixa de se ler à noite na cama e passa a fazer-se um zapping em frenesim todos os dias, estupidifica-se à frente da televisão e adormece-se de comando na mão, com o polegar acordado sempre a mexer. Por isso, na minha casa nova só há TV na sala e para evitar tentações nem mandei instalar TV Cabo no quarto. Os princípios são para se seguirem!

Resultado prático: de volta e meia, adormeço no sofá da sala toda torta, de comando na mão, acordo a meio da noite a babar o lindo sofá novo, sem saber bem quem sou ou onde estou e cheia de dores de pescoço por causa da posição estapafúrdia em que adormeci. Noutro dia, adormeci mesmo de fato completo e, quando acordei às 5 e tal da manhã, podem imaginar a minha estranheza, a pensar “Mas porque que raio é que já estou de fato vestido? Já são horas? Vim almoçar a casa?”

Conclusão: Sermos fiéis aos nossos princípios nem sempre é fácil. Mas não, não vou instalar televisão no quarto. Parte deste problema resolver-se-há se eu passar a ver televisão à noite de camisa de dormir e com um livro na mão em vez do comando…

Jul 19, 2007

Dúvida pertinente

Em conversa com uma amiga após um bom jantar e muita gargalhada, surgiu-nos uma dúvida: há dez, quinze anos atrás havia grupos enormes de rapazes e raparigas. Bastante equilibrados em proporção até. Eramos muitos, bastava ir ao café do costume ou sair para aquele sitio e lá se viam dezenas de caras conhecidas, deles e delas.

Os anos passaram, uns casaram, outros não, uns acalmaram, outros continuam com a vidinha igual à que tinham. Mas agora, quando se vai à praia, a um café, a um restaurante ou a um sítio qualquer à noite, vêem-se apenas hordas e hordas de mulheres sozinhas e meia dúzia de gatos pingados representantes do sexo oposto. Tendo em conta que estamos bem longe do triângulo das Bermudas e que não tivemos nenhuma guerra ou pandemia em Portugal que tenha dizimado grande parte da população masculina nestes últimos quinze anos, onde andam os representantes do sexo masculino desta geração? Após alguma meditação, concluí que há quatro grandes possibilidades para explicar este fenómeno:
  1. Estão em casa, a ver televisão, a beber uma cervejola e a mandar vir a telepizza, dia após dia, afinal que mais pode um homem desejar!
  2. Mudaram-se para vilas do interior/litoral e vivem em isolamento, fartos do cacarejar e problemas que as mulheres lhes causaram. Provavelmente dedicam-se a uma actividade desportiva saudável que os preenche e não necessitam de muito mais.
  3. Fizeram a sua mala de cartão e emigraram para França. Trabalham numa obra noite e dia, ainda não falam uma palavra de francês mas dizem aos amigos quando vêm de visita à terra que têm um travail espectacular e uma namorada que é manequim da Vogue.
  4. Ficaram barrigudos e carecas e, para compensar a falta de cabelo, deixaram crescer um lindo bigode à policia sinaleiro. Mas quando se olham ao espelho, ainda não estão confiantes com a nova imagem e por isso têm vergonha de sair à rua...
Não sei porquê, mas tendo em conta a carga genética que temos, estou mais inclinada para a possibilidade 4. O que vos parece?

Jul 17, 2007

Lógica do limão

Esta semana recebi por email um pensamento muito interessante que não resisto a partilhar convosco:

"Se não encontras a tua metade da laranja, não desanimes. Procura a metade do limão, põe-lhe açucar, aguardente e gelo e sê feliz!"

Jul 13, 2007

Mais uma 6ª feira produtiva

Os Portugueses estão sempre na vanguarda do trabalho com rendimento. Fui à sala de fumo da minha empresa - uma multinacional smoke free que me obriga a deslocar 6 pisos para ir fumar o meu cigarro do meio da manhã - e em vez dos 3 gatos pingados do costume, estavam lá cerca de 40 pessoas na palheta bem disposta (a praia, as férias que estão à porta, etc) e a fingir que fumavam!

Onde já se viu? Só o Tuga é que se lembra de fingir que fuma para se poder deslocar à sala de fumo e ficar por lá 20 minutos à conversa enquanto leva com o fumo dos outros...

P.S. Pronto, eu confesso. Aproveitei e para além do tempo necessário para fumar, fiquei por lá um bocado à conversa também. Mas o tema era super interessante...(qual é que era mesmo?)

Jul 10, 2007

Dieta Revolucionária

Em cima da hora como de costume (porque as minhas férias não estão assim tão longe) no Domingo decidi que começava na Segunda-feira uma dieta para perder "aqueles" dois quilinhos.

Correu lindamente o primeiro dia como podem ver:

- papa Nestum com mel ao pequeno-almoço (nunca tomo ao pequeno-almoço mais do que um café com leite...);
- bifinhos com natas e arroz (muito) ao almoço, regado com uma coca-cola (para empurrar);
- corneto de morango a meio da tarde (nunca lancho);
- hamburgers (sim, plural) fritos com arroz e batata frita (aquilo que não se deve misturar), regados a sumos de fruta (para empurrar) ao jantar;
- um pacote de batatas fritas artesanais enquanto via um dvd (dos grandes, claro);
- mais umas tostas com queijo para ruminar durante a série da tv que vi a seguir;
- um chocolate milka antes de dormir (estava com fraqueza e, surpreendemente, ligeiramente indisposta).

Às vezes, só o pensar em fazer dieta faz-me engordar!

Jul 9, 2007

A lógica das crianças

Aqui há uns dias passeava com uma amiga numa grande superfície e após muita brincadeira com os seus dois filhos - gosto sempre de me portar como se tivesse a idade deles, até corridas pelo centro comercial a gritar como os indíos fiz - diz-me o mais velho (tem 4 anos e acha que esta tia que rebola no chão com ele é muito engraçada mas estranha):

- Onde estão os teus filhos?
- Não tenho filhos.
- Ah...porquê?
- Olha, porque não!
- (a resposta não o satisfez): Mas porquê?
- Bem...(5 segundos a pensar como lhe responder de forma a que para ele fosse lógico)...olha, porque não tenho marido!
- Não tens?
- Não.
- Porquê?
- (agora já no registo de resposta à adulto para despachar) :Porque não sou casada.
- Ah...pois. E é dificil encontrar um marido bonito, não é?
- É sim, tens toda a razão!

Eu e a respectiva mãe desatámos a rir à gargalhada com a visão aos 4 anos da simplicidade do amor, demos-lhe beijinhos e fomos gastar dinheiro para os saldos.

Jul 5, 2007

O Martelo, o Berbequim e Eu

Tenho de fazer uma confissão: uma das grandes desvantagens de se ser mulher e viver sozinha é o problema da bricolage (isto partindo do pressuposto que não fizeram o disparate de arranjar um respectivo que não sabe manusear um martelo!!!).

Em primeiro lugar, porque a probabilidade de não haver uma caixa de ferramentas em casa da mulher solteira é grande - dois parafusos e umas ilhoses que sobraram, não se sabe bem porquê, de uns móveis do ikea não contam! Depois, porque mesmo que se peça uma caixa de ferramentas emprestada, qual é a mulher que sabe trabalhar com o berbequim, pôr buchas (parece que às vezes é preciso...) ou pregar um prego para um quadro sem abrir uma cratera na parede???

Isto da emancipação da mulher tem os seus revezes...e eu tenho uma parede na casa antiga com 12 crateras que o comprova e que me fez aprender a lição. Assim, emancipada mas com conhecimento das minhas (in)capacidades, só me resta dizer: muito obrigada paizinho pela ajuda que me deu!

Jul 2, 2007

Uma aventura na praia

No domingo uma grande amiga minha convenceu-me a ir à praia mas, para fugir ao trânsito domingueiro, quis ir para uma praia da linha. Refilei mas após alguma insistência, a preguiça venceu e lá fui eu rumo à praia de Paço de Arcos.

Não queria acreditar no que estava a ver. Por muito que se pense que vai ser um desfile dos tugas no seu melhor, nada me tinha preparado para o que eu ia assistir.

Vejamos: senhora de idade de soutien e cuecas a menos de 1 metro da minha toalha: check. Familia inteira com várias lancheiras com capacidade para alimentar uma pequena aldeia, a comerem algo leve e fácil de levar para a praia tipo arroz de langueirão: check. Grupo de ciganos com ar perigoso e com 50 super bocks vazias ao lado: check. Tenda da camping gaz que leva duas horas a montar num dia de sol de esturreira pelo que ninguém deve conseguir estar lá dentro: check. Crianças aos gritos que são espancadas pela mãezinha de 200 quilos farta de as ouvir: check. Surreal.

O curioso é que a populaça que ocupava a praia olhava para nós como se fossemos aves raras... o que prova que tudo é relativo!!!

Jun 22, 2007

Momentos que nos definem

Sabem aqueles momentos que nos acontecem e dizem muito sobre quem somos?

Hoje tive de dar um módulo de formação aos novos colaboradores da minha empresa. Como tal, e tendo em conta a minha condição de advogada, fui vestida formalmente - fato completo escuro, ar muito arranjado e sério, despachada e profissional. Durante o tempo que falei - que foi curto porque detesto perder muito tempo em formações - esteve tudo de olhos esbugalhados a olhar para mim. Quando acabei e sai com um ar despachado, veio uma formanda atrás de mim a correr "Dra.,! A Dra. desculpe mas, não sei bem como lhe dizer isto...se fosse comigo eu gostava que me dissessem...é que...a Dra. está de braguilha aberta...".

No comments!

Jun 17, 2007

Música Estéreo

Todos os Sábados à tarde, no meu prédio. O concerto começa sempre pela vizinha de baixo, que põe algo alternativo tipo Tori Amos. Segue-se o meu vizinho de cima, que resolve atacar com um indie-jazz qualquer. Eu, claro, estou entalada entre os dois a ouvir duas músicas em simultâneo. Como diz o ditado: se não os podes vencer, junta-te a eles. E assim contra-ataco com algo ligeiro e suave, para abafar o som dos outros meninos: Linkin Park e Franz Ferdinand sobrepõem-se a qualquer outra música, seja em mono ou em estéreo!

Jun 11, 2007

Segurança relativa

A minha porta da rua tem sistema de tranca dupla, horizontal e vertical. Parece uma coisa séria e segura, à prova de qualquer ladrão. Pois é. Mas isso não inclui os senhores das Chaves do Areeiro, que chegaram a minha casa para desencravar a porta e, com apenas um pé de cabra e em aproximadamente20 segundos, abriram a porta sem uma mossa...Unbelievable. Só para me sentir mais segura (não sei bem porquê) mudei o canhão da fechadura de casa. Desde que o assaltante não seja um ex-funcionário das Chaves do Areeiro, estou seguríssima!

Jun 9, 2007

Uma sexta diferente...

Há cenas de tal maneira surreais que às vezes penso porque raio é que acontecem sempre a mim e não aos outros...

Estava eu alegremente a jantar num japonês, tranquila e preparada para mais uma agradável sexta-feira à noite, caracterizada por uma boa jantarada e saída a seguir, quando a meio do jantar começo com calores. Calores e mais calores. Pensei que fosse o número elevado de pessoas no restaurante que me estivesse a incomodar. Mas não era. A seguir aos calores vieram as comichões. Muitas. Na cabeça, no pescoço, nos braços e pernas. E eu a pensar o que raio estava a acontecer e a tentar coçar disfarçadamente, porque ainda sou uma senhora educada. Mas a comichão era de tal ordem que era dificil disfarçar. A seguir começo, tal e qual como num filme de ficação cientifica, a sentir a cara a inchar. Latejar e inchar. Muito. Neste momento comecei a ficar preocupada com o alien que tinha decerto dentro de mim e perguntei à generalidade da mesa se a minha cara não tinha nada de estranho. Disseram-me que sim, para eu ir à casa de banho ver e, quando me olhei no espelho, assustei-me com o bicho disforme em que me estava a tornar. Acabou o jantar rapidamente e pedi para ser conduzida a uma fármácia, para comprar qualquer coisa que fizesse passar o meu número transformista...mas não tive sorte nenhuma. Na farmácia pedi qualquer coisinha que fizesse parar com aquilo ao que me responderam: Ó minha senhora, não lhe vamos vender nada. A senhora tem é de ir para o hospital, porque está a ter uma reacção alérgica grave e isso é perigoso...

Era meia-noite e meia e estava eu a entrar nas urgências do hospital, onde me passaram à frente de toda a população - estaria assim tão mal??? - e me deram umas ampôlas e uma injecção potentissima de qualquer coisa. Eu perguntei "e agora?", ao que me responderam alegremente: "Agora? Vá para casa imediantamente porque com aquilo que lhe demos vai cair knock-out nos próximos 20 minutos! - risada entre a classe médica que acha muita graça brincar com a desgraça alheia. Estavam a exagerar, claro. Só cai redonda passada uma hora e apenas dormi 12 horas seguidas. Humpff.

Como não faço ideia do que é que comi de diferente que eu possa ser alérgica, acho que nos próximos 365 dias vou pensar duas vezes antes de voltar a pôr os pés num restaurante japonês...

Jun 5, 2007

Uma questão de lógica

"A celulite é uma defesa orgânica feminina.
O organismo atira para as suas nádegas e as suas coxas o excesso de gordura que você come, ao invés de entupir suas artérias; por isso é que os homens têm enfartes em maior quantidade que as mulheres."

Eu sabia que tinha de haver uma justificação lógica. Mas como dizia uma amiga, se ainda assim der para não fazerem das minhas nádegas habitação própria permanente, eu agradeço ; )

May 31, 2007

The End

Só para informar que acabou a saga dos posts atrás de posts sobre as minhas obras. Dei o grito do ipiranga e corri tudo e todos (incluíndo o Sr. Pinto) lá de casa. Sem dó nem piedade. E não paguei a última factura em sinal de protesto, até estar mais bem disposta. Finalmente mudei-me e, espero, não voltar a escrever sobre o tema "obras" nos próximos an0s.

P.s. E hoje, não há nada nem ninguém que consiga tirar-me o sorriso e o ar de contentamento da cara!

May 30, 2007

Onde está o bom tempo?

O tempo anda maluco. A primavera nem vê-la. A praia então, nem falar. Só tenho a dizer que acho mal. É que Junho já está a chegar e eu queria fazer uma pontezita nos feriados. E como sou esquisita, preferia apanhar solzinho numa praia qualquer a ficar em casa a ver chover...

May 28, 2007

O Sr. Pinto e o mural

O Sr. Pinto faz parte da mobília da minha casa nova. Para quem não sabe, o Sr. Pinto é o pintor residente em minha casa. Digo residente porque os meses passam, equipas de operários sucederam-se mas o Sr. Pinto mantém-se estoicamente por lá. Se me perguntarem o que é que ele anda a fazer, não vos sei dizer. A casa já está toda pintada (e não lá muito bem, por sinal), não vejo nada que justifique que ele por lá continue. Mas o certo é que continua. De pincelinho na mão, uma latinha pequenina de tinta branca na outra (segundo ele diz, casca de ovo, o que me preocupa dado a minha casa estar pintada de branco branco, mas eu não contrario o Sr. Pinto) e deambula pela casa, pára em contemplação à frente de uma parede e de repente dá uma pincelada. E é assim há semanas. Há uns fins-de-semana atrás (sim, também lá está ao fim-de-semana) ensinou-me técnicas de pincelar pequenos toques na parede muito interessantes e de misturar de cores. Eu não me mostrei muito interessada, mas ele achou que era importante e insistiu e eu ouvi paciente como uma boa aluna. Depois a seguir dissertou meia hora sobre o pai dele, que está muito doente num Hospital na Guarda. É que depois de dois enfartes e uma doença gravíssima que não me recordo, o pai do Sr. Pinto teve agora um avc. O Sr. Pinto chorava nesta fase da conversa e eu quase que o acompanhei no choro - não que seja insensível, coitado do pai do Sr. Pinto, mas confesso que era de desespero.

Como diz o ditado, se não os podes vencer, junta-te a eles. Já me habituei à presença do Sr. Pinto e agimos quase como se fossemos familiares - eu entro em casa e grunho-lhe qualquer coisa e ele às vezes grunhe-me de volta. Às vezes o Sr. Pinto fala comigo e eu não lhe respondo e ele não se importa. Por isso decidi mudar-me para a minha casa nova com o Sr. Pinto por lá, já não faz diferença. Afinal, aquela história da Murphy Brown, que vivia com o pintor (Eldin) sempre em casa dela a fazer murais, baseou-se de certeza numa história real - a da "never-finished house painter" – e viria a ser a minha!

May 25, 2007

Expectativa

O meu empreiteiro disse-me que acaba as obras em minha casa hoje. Liguei-lhe incessantemente todo o dia e ele continuou a dizer que acaba a casa hoje. São 5 da tarde e ele continua a dizer que acaba a casa hoje. Enfim. A ver vamos!

May 22, 2007

Regresso

Pois é. Regressada a casa (à velha, entenda-se!) vinda de férias , posso agora dedicar-me a agradáveis serões sem televisão. E sem livros. E sem frigorifico. E sem roupa. Sim, é verdade, achei que ia mudar-me já para a casa nova e fiz as mudanças de tudo. TUDO. Agora digam-me, como é que alguém vive numa casa quanto está tudo noutro lado??? humpfff.

p.s. Resta-me apenas na casa velha o computador e a ligação à internet que, num momento de iluminação, tive a brilhanteza de não transferir para a casa nova!

May 17, 2007

Surpreendentemente...

...a minha casa nova não ficou pronta na data prevista. Parece que faltam só 356 pormenores de última hora que vão levar apenas mais meia-dúzia de dias...

Velharias do baú

Quando comecei a fazer caixotes e caixotes para as minhas mudanças, uma questão assaltou-me de imediato - porque raio é que eu guardo roupas de 1989 ? Para que é que eu quero saias de tafetá em balão, conjuntos saia-casaco em que a saia é mini e justinha e a gola do blazer tem flores bordadas (sim, flores!) e sandálias plataforma que vieram de Itália em 92 e são impossíveis de usar mais alguma vez na vida??? Resolvi fazer uma triagem de tudo e ao fim de alguns dias sem me conseguir desfazer de nada, acabei por encaixotar quase tudo acompanhada do pensamento que no destino irei fazer aquela escolha que não consegui aqui...
Ou seja, mais um armário que vai ficar a abarrotar pelas costuras com coisas que não lembram nem ao menino Jesus. Será que todas as mulheres são assim?

May 9, 2007

Decisão

Para uma amiga com quem ontem falei longas horas sobre a importância de tomar decisões na vida (ou mais uma das minhas conhecidas dissertações às massas), citando alguém já muito citado por outros mas sempre muito bonito de ler:

"Ainda pior que a convicção do não,
É a incerteza do talvez,
É a desilusão de um quase!
É o quase que me incomoda,
que me entristece,
que me mata trazendo tudo que poderia ter sido, e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga,
Quem quase passou ainda estuda,
Quem quase amou, não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos,
nas chances que se perderam por medo,
nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.
Pergunto-me, às vezes,
o que nos leva a escolher uma vida morna.
A resposta eu sei de cor,
Está estampada na distância e na frieza dos sorrisos,
Na frouxidão dos abraços,
Na indiferença dos 'bom-dia', quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima,
O amor enlouquece,
O desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos
Para decidir entre a alegria e a dor.
Mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo,
O mar não teria ondas,
Os dias seriam nublados,
O arco-íris em tom cinza.
O nada não ilumina,
Não inspira,
Não aflige e nem acalma,
Apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória,
É desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão,
Para os fracassos, chance,
Para os amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio,
Ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor, não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque,
Que a rotina acomode,
Que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você...
Gaste mais horas realizando que sonhando...
Fazendo que planejando...
Vivendo que esperando...
Porque,
Embora quem quase morre esteja vivo,
Quem quase vive, já morreu…”

(Luís Fernando Veríssimo)


Se quiseres, o meu telemóvel está sempre ligado.

May 8, 2007

Todos os caminhos vão dar a minha casa

Como se explica via telemóvel a uns senhores que vêm de Paços de Ferreira (essa célebre capital do móvel) fazer uma entrega e que andam perdidos na Alta de Lisboa não sei porque raio, onde fica a nossa casa no centro da cidade quando a única localização que lhes diz qualquer coisa é a Praça de Espanha? E que à pergunta onde estão, dizem com um ar satisfeito “Ó doutoura, nós estamos aqui ao pé do millennium!”… ah… pois é. É difícil, difícil. Ainda pensei ir buscá-los a uma das 3923 agências do millenniumbcp de Lisboa, mas depois resolvi testar os meus dotes explicativos. Após muito e gritos do género “Está a ver uma estátua, numa rotunda? Com um leão? Boa!” e “NÃO! Não entre no túnel, vá por cima. POR CIMA!!!”, lá conseguiram chegar a minha casa, uma hora e meia depois de combinado…uff. A malta do Norte tarda e pode perder-se pelo caminho, mas não falha. Só falhou no colchão mesmo, que veio com as dimensões erradas!

May 7, 2007

Graus de Amizade

Aqui há uns tempos discutia com uma amiga o que era amizade e quando se podia considerar alguém como sendo nosso amigo mesmo. Citei o Jay Leno, entertainer cujo humor adoro, o qual disse a propósito deste tema que quando se telefona a alguém a pedir para nos levar ao aeroporto e esse alguém for, essa pessoa é verdadeiramente nossa amiga. As que não forem, não são más pessoas por isso, simplesmente são nossas conhecidas. A minha amiga discordou, dizendo que conhece muitas pessoas que a levariam ao aeroporto mas que em situações sérias, não sabem (ou querem) estar lá. Após alguma meditação sobre o tema, dou-lhe razão. Em momentos que precisei mesmo, nem todos os amigos tiveram, pelos mais variados motivos, pachorra para lá estar.

Por isso, larguei a ideia do aeroporto e lanço uma nova ligada ao telefone: amigos, amigos mesmo à seria, são aqueles a quem podemos telefonar às 4 da manhã e nos atendem o telefone sem nos insultarem!

P.S. Não precisam de ficar nervosos a pensar se devem começar a tirar o som ao telelé durante a noite. Emergências não ocorrem todos os dias e a família é, quase sempre, a primeira visada!

May 3, 2007

Desespero é...

…quando se está na fase final das obras e em vez de olharmos para as coisas com olhos de ver, dizermos perante uma porta que está toda torta ou perante uma parede pouco direita: “Espectacular! Quando é que acaba? Posso mudar-me para a semana, posso?” - cheguei à conclusão que a paciência não é uma das minhas virtudes e que o meu sentido critico é inversamente proporcional ao tempo que passa.

Apr 30, 2007

O custo de vida...

As minhas obras na casa nova continuam e eu cada vez mais estou endividada...
Depois de ter comprado os puxadores das portas que custaram uma módica quantia de 250 aéreos, hoje foi a vez das tomadas, que apenas foram 210 neuros. E não julguem que eu comprei material topo de gama ou algo assim, porque o meu critério de selecção foi - o que é que dentro do mais barato, eu consigo viver. Ou seja, em Portugal, o custo de vida está tão alto que qualquer dia estamos todos a viver num T0 de 40 metros quadrados, sob pena do ordenado no fim do mês ser todo usado para pagar os 39 empréstrimos que temos junto de vários bancos. Pessoal, o próximo jantar fora tem de ser na Churrasqueira do Campo Grande!

Apr 26, 2007

Um feriado em grande!

Estava eu a sair de casa a pensar onde iria almoçar algo saudável, tipo pizzas ou hambúrgueres como é habitual aos fins-de-semana e feriados, quando fiquei fascinada com as hordas de pessoas que andavam pela rua em direcção ao Marquês ou às Amoreiras. Depois lembrei-me: é que além das habituais marchas do 25 de Abril na Avenida da Liberdade, hoje inaugurava o túnel do Marquês, o qual ia abrir grande parte da tarde ao público pedestre.

Famílias inteiras, senhoras velhotas a andar com dificuldade, casais de fato de treino brilhante, a empurrar o carrinho do bebé com uma mão e arrastar uma criança pela outra mão, dirigiam-se com um ar verdadeiramente entusiasmado para a entrada do túnel nas Amoreiras, à espera da hora de abertura para entrarem e verem tudo. Fiquei de tal maneira fascinada que ainda estive um bocado dentro do carro estacionado a observar. Depois pus-me a andar dali para fora e demorei uns 45 minutos a atravessar a cidade no meio de um trânsito caótico para ir comer qualquer coisa ao pé do rio, a pensar se seria problema meu ou se é tudo maluco. À noite vi nas notícias que foram cerca de 10.000 pessoas que visitaram o túnel a pé, parecia o evento da meia maratona na ponte sobre o Tejo, mas com direito a banda e tudo. A seguir calculo que deram todos um pulinho à Avenida para verem a marcha e ouvirem mais uma banda. Ena… isto é que se chama um feriado em grande de um português!

Apr 23, 2007

Parabéns para...

...mim!

Pois é, já cá cantam 32 lindas primaveras. Quem diria que eram mais de 23? Deve ser a vida regrada e sáudavel que eu levo que me dá este ar jovem de certeza!

Apr 20, 2007

Pensamento de 6ª feira à tarde

O trabalho fascina-me tanto que chego a ficar parada, a
olhar para ele, sem conseguir fazer nada!

Apr 18, 2007

Time Erosion?

Há alguns anos atrás, era eu uma jovem estudante universitária, perdia horas e horas à frente do computador, a instalar todo o tipo de programas, a jogar qualquer coisa, a surfar na net ou no IRC em conversa com amigos de todo o mundo, eu sei lá. Quando vivia em Inglaterra, também como estudante mas já uns anos depois, também dedicava horas e horas ao computador e era o que se podia chamar a verdadeira cromita: até programas para "furar" o servidor da Universidade eu tinha e se a espanhola, minha flatmate, tinha problemas com o computador dela, chamava-me e eu geralmente resolvia-lhe a coisa, não sem gozar durante algum tempo sobre como é que eu, da área de humanisticas, lhe resolvia os problemas dela, que estava a tirar uma pós-graduação em computer science...

O tempo passou e após anos a utilizar o computador para trabalho, ver emails e pouco mais, comprei um portátil, convencida que com a maior facilidade faria o que quisesse (tipo andar de bicicleta, que nunca se esqueçe).

Ah pois é. Não consigo instalar nada, metade dos programas não funciona e não faço a minima ideia porquê. Como sou um bocadinho teimosa, insisti bastante, até chegar ao ponto em que logo no arranque do computador tenho mensagens de erro acerca de ficheiros que mudaram de lugar e não deviam (estranho, terei sido eu??).

Reconhecendo (muito contrariada) que bati no fundo e que sou um verdadeiro calhau com olhos (do ponto de vista informático, quanto ao resto os meus dois neurónios estão bem, obrigada!) , vou reduzir-me à minha insignificância e ir a uma daquelas lojas de pc's, que agora há em todos os centros comerciais, pedir-lhes (e pagar-lhes, infelizmente) que me ponham a funcionar os últimos 3923 programas que instalei e que não funcionam. Se passarem pela PC Clinic das Amoreiras, vou ser aquela cliente ao balcão com um lenço na cabeça e óculos escuros a tentar não ser reconhecida...

Apr 16, 2007

Os legumes

Um dos grandes dramas de se viver sozinho é, sem dúvida, os legumes. Para quem gosta de uma alimentação equilibrada, quando se vai ao supermercado apetece sempre comprar uns vegetais para salada ou sopa. Enquanto quando se compra fruta dá para se comprar apenas duas maças, duas laranjas e uma mão cheia de nêsperas, nos vegetais a coisa torna-se mais difícil. É que uma alface inteira, um molho de brócolos ou de nabiças dão para alimentar uma família inteira. Mas quando se cozinha para um, o que é que se pode fazer? Cozer o molho todo de grelos e andar uma semana inteira a comê-los de todas as formas e feitios - leite com café e torradinha de grelos pela manhã, bifinho com grelos ao almoço e sopa de grelos ao jantar?

E depois, há a parte dois. Quem vive sozinho acaba por não comer em casa todos os dias. Talvez coma dia sim, dia não - entre família e amigos, pouco se pára em casa e quando se janta em casa, acaba por ser uma sopa e uma tosta, ou assim. Ou seja, seja qual for o tipo de vegetais que se comprou na semana anterior, ao fim de uma semana é indiferente: tem-se uma plantação de fungos na gaveta do frigorífico. Já pensei em contactar a indústria farmacêutica e doar os meus vegetais para a produção de antibióticos, porque detesto deitar comida fora…

Uma dica para quem já se debateu no supermercado com este problema: no Corte Inglês o supermercado tem embalagens de legumes para uma pessoa. Caríssimas mas mini: noutro dia vi até uma mini embalagem com um pé de brócolo e um pé de couve-flor. Estes espanhóis vão muito à frente dos tugas no que toca o conhecer as necessidades da população pseudo-jovem e independente: o pé de couve-flor vai estragar-se à mesma (afinal, quem é que da geração dos trintas cozinha couve flor??), mas o mercado alvo sente-se sensibilizado por terem pensado neles e compra.

Apr 13, 2007

Ouve-se cada coisa!

Em discussão de trabalho com um director do meu local de trabalho, às tantas diz o dito “Nesta tasca quem manda sou eu!”. Ao que a resposta directa foi “lamento mas na tasca do meu departamento quem manda sou eu”. A semana passada a expressão utilizada era “nesta mercearia”. Enfim, enquanto o senhor usar nomes de estabelecimentos que se dediquem a práticas comerciais legais, não estamos mal…

Apr 9, 2007

Monogamia - pontos de vista

A uma pergunta feita num blog (http://sorrisos-aos-molhos.blogspot.com) sobre:

"Pesquisa de opinião pública: Vossa excelência, meu queridíssimo leitor, o que é que tem a dizer sobre a monogamia?"

Destaco um comentário muito engraçado que nos dá uma visão masculina da coisa:

"Fui pesquisar…..
Em relação ao que me apraz verbalizar sobre a monogamia, cumpre-me informá-la enquanto, opinião pública, que considero o objecto em análise, um tema de inexaurível altercação.
Destaco o nível etimológico, que advém do Grego mónos, único + gamos, casamento.
O que dizer de monos + Gamos, não só monos mas também Gamos!
Penso que nunca o Grego esteve tão perto da essência da construção social.
Já desconfiava que algo de complexo se passava…. quem pratica a monogamia, são autênticos monos (…indivíduos feios e estúpidos; …desarmonioso…sensaborão…), mas o Grego vai mais profundo na construção social da palavra. Gamos, Espécie de veados, de cauda comprida e galhos achatados na parte superior. Por aqui me fico. Depois desta, não me meto noutra…."

Apr 8, 2007

Páscoa

As festas de família são muito engraçadas. O Natal consegue ser mais consensual - católicos ou não, todas as famílias acabam por se juntar, fazer um esforço para estarem juntos e alegrarem as novas gerações com os brinquedos que o menino Jesus - ou o Pai Natal, para os descrentes - traz. A Páscoa é uma figura mais hibrida. Para os católicos praticantes é motivo de união à mesma. Para a restante população, ainda que católica não-praticante, o feriado da Sexta-feira Santa e a oportunidade de um fim-de-semana comprido fora da capital é muito tentadora e acaba por ganhar ao cabrito do almoço familiar - nem o ovos e o coelho de chocolate fazem vacilar ninguém!

Para os que como eu ficaram pela capital nos almoços de familia, poderam usufruir de um fim-de-semana sem trânsito, sem confusão nas lojas e com muito sol ao contrário do tempo no sul do país - a tradição familiar às vezes compensa!

Apr 3, 2007

Ginástica?

Após anos e anos a pagar jóias de inscrição e mensalidades obrigatórias durante um ano nos diversos ginásios de Lisboa, para acabar por fazer aulas de dois em dois meses que me saiam a 150 euros cada, cheguei a uma fase em que decidi que só voltava para a ginástica quando fosse MESMO fazer regularmente. Após 2 anos sem pôr os pés em nenhum recinto desportivo, corro um lanço de escadas e salta-me o pulmão esquerdo…

Resolvi assim inverter esta situação e pedi emprestado a uma amiga um dvd de ginástica Legs & Bums. Após 6 meses lá em casa, já vi (sim, reparem bem, o verbo é “ver” e não “fazer”) quase 10 minutos enquanto fazia duas modalidades muito conhecidas: mappling e zapping…

Mar 30, 2007

Dúvida...

Será que todos somos competentes até ao dia em que nos tornamos incompetentes?

Há dias no trabalho em que tenho sérias dúvidas se sou extremamente competente ou assustadoramente incompetente. Às vezes, tenho a sensação muito forte que a linha entre a competência e a incompetência é ténue. Senão, vejamos: ter 15 assuntos em mãos ao mesmo tempo, estar stressadissima o dia todo a correr de um lado para o outro de reunião em reunião, atender 20 chamadas, começar 2 fax, uma carta e fazer um draft de resposta a 3 emails, ganhar mais tempo para os assuntos forado prazo, não fechar nada do que se começou durante o dia e chegar às 20h30 com a secretária pior do que a encontramos de manhã é sinal de quê? competente com excesso de trabalho ou incompetente?

Como não sei a resposta, vou seguir uma terceira via: vou começar a praticar a arte de parecer competente!

Mar 27, 2007

Bater no fundo é...

...quando temos de gastar um dia de férias para conseguir apanhar as lojas abertas!

Mas que raio de horário é este praticado em Portugal em que as lojas estão abertas das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 19h00? Como é que alguém consegue trabalhar e também tratar de assuntos materiais e importantes extra-profissionais? Como é que lhes aparecem as loiças de casa de banho em casa? E uma cozinha? Como é que, nas minhas 739 voltas de hoje, encontrei os sítios todos cheios de malta durante o horário de trabalho?

Parece que ou há mais malucos como eu a gastar dias de férias para isto ou então que há uma catrefada de pessoas que não trabalham ou têm um regime muito liberal - e que eu invejo loucamente...

P.S. Mas já que foi gasto o dia de férias e como sou uma pessoa muito prática, além das coisas essenciais como móveis de cozinha, aproveitei o embalo e também comprei um cadeirão, uma cadeira, dois sofás, uma secretária, uma blusa (oppss, este ultimo item não era suposto). E já só devo precisar de mais dois diazitos de férias para acabar a casa!

Mar 22, 2007

Simpatia do Norte

Como alfacinha da gema tenho de reconhecer que as pessoas do Norte são muito mais prestáveis e simpáticas que os lisboetas. Na minha odisséia com a casa nova, andava à procura de um colchão. Após algumas idas a molaflex e companhia, 0% desconto, pouca simpatia, pouca ajuda, cheguei à conclusão que de maneira nenhuma iria arranjar um colchão bom por menos de 600 aéreos. Depois lembrei-me que a minha actual cama e respectivo colchão vieram de uma fábrica do Norte, colchão muito bom e de marca nunca ouvida por estas bandas dos mouros. Resolvi telefonar para a loja de móveis que me vendeu a cama a perguntar onde se vendem os colchões daquela marca. Disseram-me logo que eles próprios tratavam de inquirir e me vender o colchão e, umas horas depois, ligaram-me a dizer que por 350 neurós tinha o colchão e ainda me ofereciam o transporte até Lisboa, porque trazem-me o colchão quando cá vierem trazer uns móveis para outros clientes.

Lisboetas, aprendam! A simpatia conquista - eu cá cada vez gosto mais da pronúncia do Norte!

Mar 19, 2007

Descobri uma nova vocação!

Já desconfiava há algum tempo, mas hoje confirmei. Quando a carreira na advocacia falhar, vou montar uma agência de detectives. Descobri hoje que não há nada que, com uma boa rede de contactos, ao fim de três telefonemas e uma pesquisa criativa na internet, não se descubra! Já tenho um nome para a agência e tudo: "Desconfiadas como Tudo, Lda.". Vai ser um sucesso de certeza o novo serviço informativo de Lisboa e arredores. Aceitam-se inscrições dos primeiros clientes...

Mar 16, 2007

Thesis...

A maneira ideal de fazer um trabalho de investigação válido e profundo. Quem nunca inventou, que atire a primeira pedra...

Mar 15, 2007

A luta

Como esta taça de mousse de maracujá que acabei de fazer ou ataco antes uma frutinha? Pois é, a decisão é dificil, a mousse está mesmo ali a olhar para mim... Se fosse entre a mousse e, sei lá, uns moranguitos ou outra fruta apetecivel, talvez pende-se para o lado certo. Mas uma maçãs velhinhas que espreitam do cesto não satisfazem a minha gula. Após alguma hesitação, convidei alguém para jantar e dividiu-se grande parte da mousse. E da entrada. E do prato principal. Sempre ouvi dizer que no meio é que está a virtude!

P.S. Tenho as minhas dúvidas se comer uma mousse inteira é pior do que comer tudo aquilo que eu jantei!

Mar 12, 2007

Uma ideia brilhante

Às vezes tenho ideias brilhantes ao fim-de-semana. Este fim-de-semana tive uma delas. Acordei no Sábado de manhã - está bem, eram duas da tarde, mas para mim é manhã a essa hora do fim-de-semana - e quando abri a janela do covil vi um sol radioso e senti o calorzinho do dia. Originalmente, tive a ideia que era um bom dia para ir almoçar a uma das praias da Costa, agora que ainda estamos no princípio de Março. Convenci mais duas amigas a embarcar neste almoço tranquilo e agradável ao pé do mar e lá fomos nós. Só que, claro está, a minha ideia foi tudo menos original. Fomos nós e metade de Lisboa e arredores...um inferno.

Fase um: uma luta por uma mesa no Borda d'água. Fase dois: numa esplanada a abarrotar, ignorar as crianças aos gritos na excitação de estarem na praia e os adultos aos gritos com as crianças (anda cá Rafael ou levas uma lambada!) ou simplesmente aos gritos porque também se excitam como as crianças ao verem um raiozinho de sol. Fase três: capacidade de abstracção da fauna local e dos homens babados com a pequena brasileira que se passeia em plena esplanada de biquini fio dental branco, não sem primeiro dizer à amiga do lado "como é que aquela p*** tem aquele corpo NESTA altura do ano? Deve ser uma profissional...". Fase quatro: almoço. Depois de subornarmos a empregada, o serviço foi bom e rápido, pelo que o almoço em si foi agradável. Fase cinco: regresso a Lisboa. Sentimo-nos de novo num filme de terror: a via rápida da Costa estava totalmente parada. Felizmente muitos anos a ir à praia para aquelas bandas valeram o conhecimento de uns caminhos muito alternativos que evitaram chegarmos a casa 3 horas depois da hora de saída da praia. Fase seis: promessas. Enquanto me lembrar do pandemónio que foi não volto a lá por os pés ao fim-de-semana.

Tirei uma nota mental: a Costa à hora do almoço é bom para aquele dia da semana em que eu tiver finalmente coragem de inventar uma tanga no trabalho e ir apanhar ar para aquelas bandas!

Feb 26, 2007

Os Óscares

Mais um ano passou e mais um ano em que tentei ficar a ver os Óscares pela noite fora. Digo tentei porque não me lembro da última vez que fui bem sucedida nesta missão - mas também, que raio de ideia dos americanos de escolherem fazer a cerimónia num Domingo à noite!

Este ano, não fugi à regra. Vi o Óscar de melhor actriz secundária e zás, ferrei a dormir no sofá. Acordei com a homenagem ao Enio Moriconi e pimba, ferrei outra vez. Voltei a acordar horas mais tarde e, com os olhos entreabertos, vi o Martin Scorsese a discursar no palco do Kodac Theatre, mas o cérebro já não conseguia ouvir uma palavra. E pronto. Retirei-me para a cama toda empenada por estar a dormir na divisão errada da casa e assim correu a 79ª cerimónia…

Feb 22, 2007

Volta Conceição, volta!

Há pessoas que não foram feitas para estar sem empregada doméstica, ainda que seja apenas por uns diazitos ou uma semana. Eu sou, sem qualquer margem para dúvidas, uma delas!

Neste momento, parece que o furacão Katrina passou pela minha sala, mandou ao ar o meu guarda-roupa e acabou na cozinha com o empilhamento de pratos e copos sujos no lava-loiça e em todas as outras superficies disponíveis.

Só tenho um medo - que, regressada das suas pequenas férias, a minha querida Conceição tenha uma ataque de terror perante tal visão e vá andando...Parece que está na hora de lhe fazer uma revisão do soldo mensal!

Feb 15, 2007

Dia dos Namorados

Fiz as contas e o ano passado foi a Tita que mais vezes me convidou para jantar fora ou em casa dela. Por isso, quando rumava em direcção a sua casa para mais um jantar de muitas mulheres solitas (hoje eramos cinco galinhas), que por acaso calhou no dia de S. Valentim, parei no caminho e levei-lhe uns bombons. Se eu fosse um gajo, era sem dúvida um bom namorado!

Feb 12, 2007

O amor

"O amor não é algo que te faz sair do chão e te transporta para lugares que nunca viste.O nome disso é avião.O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que te faz perder a respiração e a fala.O nome disso é bronquite asmática.O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que chega de repente e te transforma em refém.Isso se chama sequestrador.O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que voa alto no céu e deixa sua marca por onde passa.Isso se chama pombo com caganeira.O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que tu podes prender ou pôr para fora de casa quando bem entender. Isso se chama um cão.O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que lançou uma luz sobre ti, te levou para ver estrelas e te trouxe de volta com algo dele dentro de ti.Isso se chama alienígena.O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que desapareceu e que, se encontrado, poderia mudar o que está diante de ti.Isso se chama controle remoto de TV.O amor é outra coisa.

O amor é simplesmente... o amor."

Feb 6, 2007

Desabafo sobre o referendo!

Não costumo escrever sobre assuntos sérios no blog, mas desta vez não resisti. Com o aproximar da data do referendo e após o Prós & Contras desta semana (que a esta hora ainda não acabou, mas tive de mudar de canal e arejar um pouco sob pena de ter uma sincope), estou cada vez mais irritada com o referendo do próximo fim-de-semana.

A ideia que ficou clara para mim após tanto debate público do aborto é a visão social das mulheres portuguesas, que nos é transmitida por esta sociedade extremamente machista e conservadora. Vivemos numa sociedade hipócrita que pinta um cenário assustador sobre a as mulheres: essas malucas farão abortos de forma ligeira como quem vai às compras, essas doidas recorrerão ao aborto como método anticoncepcional (para quê tomar uma pílula se há a possibilidade de se submeterem a uma intervenção cirúrgica dolorosa e traumatizante), essas criaturas amorais matarão bebés (que por sinal ainda não são bebés) só porque no fundo não querem estragar a época balnear que se aproxima com uma barriga menos estética. Hoje ouvi inclusive uma nova vinda do Dr. Castro Caldas: essas mercenárias fazem também abortos por razões comerciais (!!!), nomeadamente para obterem um ganho económico com as celulas estaminais do feto. Afinal Portugal está muito à frente: até as nossas parteiras de vão de escada são tão avançadas que têm as melhores técnicas de recolha sem contaminação das células estaminais...

Fiquei a saber que para muito boas pessoas, na generalidade as mulheres que abortam são os seres frios, levianos, fúteis e descerebrados.

Leviano é os partidos políticos aproveitarem o tema para medir forças e utilizar o referendo para contar armas e organizar fileiras para as próximas eleições. Leviano é ouvirmos o professor Marcelo Rebelo de Sousa, no seu blogspot do "Assim, não!" dizer que as mulheres farão um aborto simplesmente por uma depressão ligeira ou porque vão mudar de residência. Leviano é impor uma moral, um credo ou uma religião aos outros e não admitir a opção de escolha. Leviano é vermos o Estado de Direito demitir-se das suas funções legislativas e lavar as mãos sobre este tema.

Dia 11 de Fevereiro farei questão de ir às urnas e votar contra a falsa moral social. Dia 11 voto a favor do livre arbítrio de cada um.

Feb 4, 2007

Turbolino!

Num jantar animado de há umas sexta-feiras atrás, veio à memória colectiva do grupo presente o carrossel Turbolino que havia na Feira Popular. Quem não se lembra da magnifica experiência de ser centrifugado de pé, preso por um cinto de couro apenas, velho por sinal e que não apertava lá grande coisa? Quem não se recorda de sair aos esses do carrossel a aguentar um vómito? Era uma experiência única que faz parte da juventude da maioria dos lisboetas e que fez com que eu prometesse no jantar que iria procurar pelas feiras de Portugal e ver se alguma teria essa magnifica atracção, para podermos combinar uma excursão de bravos e destemidos para brincarmos uma vez mais com a nossa sorte e destino.

Lamento informar-vos que até agora não tive qualquer sucesso nas minhas buscas...Mas tranquilizem-se os Turbolino-lovers e outros amantes de desportos radicais - não desistirei facilmente...

Ao fim de duas semanas...

...a olhar para mim de dentro da sua caixa, estreei o TurboDryer e a escova de cabelo especialmente comprada para o efeito.

É verdade. ontem travou-se uma batalha dura durante 45 minutos: o meu secador novo versus os meus caracóis. Cheguei a um jantar e perguntaram-me "Ah! Foste ao cabeleireiro hoje?". Missão Cumprida!

P.S. Custa-me a acreditar que há mulheres que fazem isto diariamente...

Jan 21, 2007

Ele há coisas...

Hoje aconteceu-me algo muito estranho: depois de anos e anos de orgulho de não ter nenhum, de não precisar de nenhum, de nunca usar nem querer saber o que isso é, aos 31 anos enchi-me de coragem e fui comprar um secador de cabelo. O meu primeiro secador de cabelo! Será que isto significa algo profundo? Estarei a perder a identidade? Se calhar estou, mas o meu novo eu está muito contente com o Turbodryer 3923!

P.S. Não comentem se eu aparecer com penteados estapafurdios nos próximos tempos, se calhar vou demorar algum tempo a dominar a arte do brushing...

Jan 16, 2007

Sveva Modignani

Há alturas em que fico irritada com as grandes livrarias da nossa praça. As Bertrand, Bulhosa, Barata e Fnac põem, em grande destaque nas suas lojas, os livros que as grandes editoras decidiram promover, mas aquilo que publicitam é que se trata do top de vendas ou da sua sugestão de leitura para que os mais distraídos ou leitores menos assíduos caiam na esparrela.

Mas infelizmente as vítimas deste engodo não são os compradores destes destaques, são aqueles que, como eu, têm fama de adorarem ler e, por altura dos anos e do Natal, são sempre presenteados com todos os novos lançamentos da Sveva Modignani, do Nicholas Sparks e de outros autores de literatura congénere que se encontram no top...

O que raio faço aos 5 romances desta senhora que me foram oferecidos? Ainda bem que não há mais livros desta traduzidos para português, ou eu em vez de 5 teria 23...

Só me resta pô-los nas minhas estantes meio refundidos, com a esperança que quem venha cá a casa não olhe para eles e pense, depois de terem passado os olhos pelos 2 romances do Nicholas Sparks que me ofereceram, que o meu género literário é o romance de cordel...

Jan 11, 2007

Mau feitio ou Exigente?

Já muitas vezes me disseram que eu tenho mau feitio, refilo muito e que sou torta. Se metade das vezes posso concordar com esses comentários, nomeadamente no campo pessoal, no que toca todo o resto, não concordo!

Refilo muito, é verdade, mas a grande maioria das vezes que refilo tenho razão. Se vou jantar a um restaurante, peço um bife mal passado e o bife vem bem passado, vou ficar calada na mesa a comer uma carne esturricada, só para não ver as trombas que o empregado do restaurante vai fazer quando mandar o bife para trás? Se vou a uma conservatória, a uma repartição de finanças ou outro local do género, estão lá 50 pessoas à espera de ser atendidas e, 1 hora e tal depois, a funcionária que está a atender decide pôr-se ao telefone com uma amiga, a falar sobre o que o José António lhe disse ou deixou de dizer, eu não digo nada porquê? Para não lhe incomodar o momento de lazer que ela está a ter em pleno dia de trabalho?

A maioria das pessoas não diz nada, porque não está para se chatear ou para ter uma discussão, porque não tem paciência para isso e sabe que a reacção do(a) funcionário(a) é sempre muito boa: “A senhora desculpe mas eu ouvi-a, com estes ouvidinhos que um dia a terra há-de comer, a pedir o bife bem passado“ ou então, enquanto olha para a sola de sapato que está no seu prato “mas está mal passado, ainda queria menos??”.

Aqui sim, se após reclamar a reacção do outro lado é deste género, entra a parte do mau feitio da minha personalidade – é que eu não tenho problema nenhum de, educadamente (e às vezes não tão educada assim…) armar um barraco no estabelecimento em causa!

Chamadas de gerentes é mato (do XL ao McDonalds…hehehe), livro de reclamações também, cartas de protesto formal para os donos dos estabelecimentos e outras medidas adequadas em função do mau serviço prestado. Pode parecer excessivo, mas não é. Sou é exigente – se estou a pagar a alguém, ou se esse alguém é pago por outrem, para prestar um serviço, não o deveria fazer com qualidade, como deve de ser?

O problema é que a maioria da malta reclama muito nas costas, diz mal de tudo mas, quando está frente a frente intimida-se e esquece todas as reclamações que tem para fazer, come um pexum com 5 dias no restaurante japonês n.º 39 que abriu em Lisboa e, quando o chef lhe pergunta se estava tudo bom, com um sorriso amarelo na cara vai dizer que nunca comeu melhor peixe em toda a sua vidinha! …

Jan 4, 2007

A raça dos empreiteiros...

Após as festividades do Natal e do Ano Novo, voltei à carga, ou devia antes dizer à saga, das obras da minha casa.

Quando pedi orçamentos para obras a 6 empreiteiros, com caderno de encargos discriminado e tudo, um mês depois quantos é que me tinham entregue o seu orçamento? Pois, é difícil de acertar: nenhum! Tive de andar literalmente a persegui-los, choramingar, implorar, pedir o grande favor para me entregarem os orçamentos e, mesmo assim, só o consegui de 5 (os quais iam dos 14.500 aos 39.800 euros para a mesmíssima obra) e houve um sexto que tenho a certeza que memorizou o meu número no telemóvel e nunca atendeu as chamadas! Quase fiquei na dúvida se eu ia mesmo pagar-lhes pelo trabalho ou se me iam dar uma borla e eu não sabia, tendo em conta a boa vontade dos senhores...

Houve um dos empreiteiros que me deu o orçamento pelo telefone (o dos 14.500 euros, óbvio) e quando lhe perguntei o prazo da obra, respondeu-me "Ó minha senhora, eu cá não gosto de dar prazos, isto é assim, eu vou para lá, vou fazendo a obra, com o meu tempo e, quando acabar, acabei." tive que conter uma gargalhada ao imaginar a cena horrífica do empreiteirozinho, sozinho no meio dos escombros da minha casa com um pincelinho na mão, eu ao lado dele de pincelinho também para ver se a coisa ia mais depressa porque gostava de lá estar antes do final de 2007!

Chegada à fase da decisão, usei um critério de escolha muito útil na república portuguesa chamado "qual deles é o menos mau". Adjudiquei a obra e agora cheguei a uma fase muito mais divertida, denominada "como azucrinar um empreiteiro" - é que o senhor escolhido não sabe ainda mas, do lado de cá, tem uma advogada e das chatas que está neste momento a desmontar o orçamento rubrica por rubrica e a elaborar um contratozito com cláusulas especiais feitas com muito carinho!