Aug 31, 2007

D. Arminda

No último dia de férias, já em Lisboa, estava muito bem a dormir quando sou acordada a meio da manhã pelo dedo de alguém na minha campainha. Com tanta insistência tocaram que eu lá me levantei, abri a porta da rua e perguntei lá para baixo o que queriam. Gritou-me uma voz de senhora idosa: “Ó minha menina, é a Arminda, do prédio em frente (??!). Venha rápido que está aqui o senhor da EMEL a querer multar-lhe o carro e eu estou a tentar impedi-lo”.

Meia estremunhada, lá vesti qualquer coisa e fui à rua pôr moedas no parquímetro. O verdinho da EMEL já se encontrava em fuga da fúria da D. Arminda, a qual satisfeita me disse: “Assim que vi da janela que o senhor da EMEL vinha multar o seu carro, vim logo a correr e não o deixei. Disse-lhe logo – olhe que a menina é nova aqui e por isso ainda não teve tempo de pedir o selo de residente. E como está doente (!!?), coitadinha, não pode pôr moedas!”. E continuou a dissertar, agora sobre outros moradores da rua em alegre monólogo, enquanto eu ainda tentava pôr o meu cérebro a funcionar. Agradeci-lhe e voltei para casa. Escusado será dizer que a D. Arminda sabe tanto da minha vida (e pelos vistos, da dos restantes moradores das redondezas) porque passa o dia à janela e, como não tenho cortinas ainda, devo ser a vizinha que lhe facilita mais a cusquice...

Por isso, percebi que era hora de ir às compras de varões e cortinas para a minha sala, para acabar rapidamente com a novela da vida real que, nos últimos dois meses, a D. Arminda anda a assistir!

Aug 28, 2007

Aviões & Aeroportos II

Haverá algum manual secreto dos pilotos e respectiva tripulação que diga que, quando falam em inglês com os passageiros, aqueles devem assegurar-se que, quer a construção frásica, quer o sotaque, deverão ser tão maus, tão maus, de forma a que ninguém seja capaz de perceber uma palavra do que estão a dizer? Ainda me recordo aqui há uns anos de uma hospedeira ter dito no seu melhor inglês “Please don’t smoke the toilet” e de um piloto ter dito com o seu melhor sotaque “If you look right, you can see the lovely bitches”…

Na última viagem que fiz o piloto dissertou em espanholês durante 10 minutos sobre a razão do longo atraso na partida, já connosco dentro do avião e, a única palavra que se percebeu, foi que tal se deveu a “technical problems”. Se de facto o avião tinha problemas, por que raio é que o piloto partilhou (ou tentou partilhar) esse infortúnio com os passageiros? Alguém quererá saber, quando já vai no ar e não há nada a fazer, que o avião (um chaço com mais de 20 anos), tem problemas técnicos?????

Felizmente não sou facilmente abalável e eliminei essa informação desnecessária da minha mente - 10 minutos depois, já dormitava alegremente para cima do passageiro do lado!

Aviões & Aeroportos I

Sempre achei curioso o fenómeno comportamental das pessoas nos aeroportos. Existem regras básicas de comportamento que todos nós (uns mais do que outros, é certo) respeitamos no dia-a-dia nos mais variados sítios públicos que frequentamos. Mas essas regras não se aplicam aos aeroportos. Aí as pessoas, decerto fartas das horas de escala que têm pela frente, estão-se borrifando para o que é suposto e vale tudo. Andam descalças ou de meias pelos corredores, fazem piqueniques em qualquer lado, lavam os dentes e/ou o sovaquito nas casas-de-banho, encostam-se para dormir em qualquer cadeira ou mesmo no chão (se for preciso, até de venda!), penteiam-se ou tiram macacos do nariz no meio de centenas de outras pessoas e não estão minimamente raladas com isso.

O facto de estarem chateadas de morte com o tempo estúpido que têm de passar na porcaria do aeroporto e de nunca irem voltar a ver os outros 500 chineses que por ali andam, legitima que todos os comportamentos socialmente incorrectos sejam feitos em público sem pestanejar. E, como isto é universalmente aceite por todos os outros, algo tão estapafurdio como alguém estar a limpar a orelha com um cotonete na cadeira do lado não suscita olhares incomodados. E quanto mais horas se passa num aeroporto (o meu record até hoje está em 12 horas, acreditem que não é uma experiência que queiram passar…), maior é a descontracção, é quase como se temporariamente, encarássemos aquela sala de espera como a nossa própria sala de estar!

Gosto deste regime de impunidade comportamental que existe nos aeroportos: já devo ter dormido esparramada em quase todos por onde tive de ficar mais de 2 horas e já comi o meu snack nos sítios mais disparatados. Quanto aos hábitos de higiene, confesso que já pus um penso para a bolha do pé em pleno lounge sem hesitar (a porcaria das sandálias-que-até-pareciam-confortáveis-para-viajar-mas-ao-fim-de-4-horas-não-o-eram causaram-na e as bichas das casas de banho eram desencorajadoras do meu recato…). Selvagem ou não, é bom saber que ainda há sítios onde as preocupações de aparência são reduzidas!

Aug 22, 2007

Voltei voltei...

...voltei do mar, voltei voltei, para ficar!

Aug 4, 2007

Estou...

...oficialmente de férias, pelo que a introdução de posts no blog vai ser interrompida temporariamente.

Até ao meu regresso, Bee

Aug 2, 2007

O cúmulo do disparate é...

...ir três vezes bater com o nariz na porta da Area Retail em Sintra (sim, por três vezes, devido ao mau planeamento do timing do percurso...) , enfrentar o inferno da IC19 (que nem em Agosto está calma) e, quando finalmente consegui apanhar a chafarica aberta, apenas haver uma cadeira partida (das tais célebres, as descontinuadas) e comprá-la mesmo assim. E quando eu digo partida, não me refiro a uma lasca no encosto ou a uma fenda no pé, quero dizer que o assento da cadeira está partido, a tal ponto que me venderam a cadeira pela quantia simbólica de 5 neuros (o vendedor ainda deve estar a pensar que tipo de atrasada mental compra uma cadeira naquele estado).

Cheguei a casa, olhei para a cadeira e, surpreendentemente concluí que... não vai dar para ninguém lá se sentar! Devo estar mesmo a precisar ir de férias. O meu cérebro tenho a certeza que já foi andando.